DURANTE OPERAÇÃO

Suspeitos de estuprar crianças e adolescentes indígenas são presos

Crimes ocorreram em comunidades indígenas, no município de Alto Alegre

A ação foi realizada pela Delegacia de Alto Alegre e policiais da Polinter (Foto: Ascom/Polícia Civil)
A ação foi realizada pela Delegacia de Alto Alegre e policiais da Polinter (Foto: Ascom/Polícia Civil)

Três homens, suspeitos de abusar sexualmente de crianças e adolescentes dentro de comunidades indígenas, do município de Alto Alegre, foram presos durante uma operação da Polícia Civil, ocorrida nesta semana.

Foram presos M. F. A. de 51 anos, L. A. S. de 44 anos, e R. S., de 32 anos. A ação foi realizada pela Delegacia de Alto Alegre e policiais da Polinter (Delegacia de Polícia Interestadual).

“Essa operação em conjunto com a Polinter, culminou na prisão de três estupradores. Os autores eram moradores de comunidades indígenas, foram presos pela delegacia e agora estão aguardando Audiência de Custódia para determinar se eles vão continuar presos ou se responderão em liberdade”, disse o delegado titular de Alto Alegre, Wesley Costa de Oliveira.

Ele ainda explicou que M. F. A.  é suspeito de ter forçado o ato sexual, por inúmeras vezes, com duas meninas, sendo uma de 10 e outra de cinco anos, na comunidade da Mangueira, Zona Rural de Alto Alegre.

De acordo com o delegado, as investigações apontaram que o homem abusou das crianças, fazendo-as sangrar por inúmeras vezes.

“O caso chegou a nós por meio do Conselho Tutelar. Em suas declarações, as meninas contaram ainda que tinham medo de denunciá-lo devido às constantes ameaças que sofriam. Ameaças essas que se intensificaram após ele tomar conhecimento das denúncias”, detalhou o delegado Wesley de Oliveira.

Ainda foi preso L.A.S, este irmão de M.F. A. e, também, morador da comunidade da Mangueira, que, conforme o delegado, era casado com a irmã da criança e começou a abusar sexualmente da menina quando ela tinha 10 anos, mas desde os seis anos ele já a aliciava.

“Em seu relato, a menina, hoje com 14 anos, contou que ele a estuprou por inúmeras vezes e que quando começou a entender que se tratava de um abuso e que aquilo que estava acontecendo com ela não era correto, começou a se automutilar devido aos traumas sofridos”, contou o delegado.

Wesley de Oliveira ressaltou que nestes dois casos, após a comprovação por meio de laudo de conjunção carnal e o testemunho das crianças e adolescentes, constatou-se que os infratores moram na mesma comunidade e que havia perigo iminente para as crianças.

“Desta forma representamos pela prisão preventiva deles à Justiça que as deferiu”, relatou o delegado.

O último preso, R. S., teve a prisão representada pelo delegado após uma denúncia realizada também pelo Conselho Tutelar do Município, que informava que o homem teria estuprado a enteada de 11 anos, na comunidade do Pium, Zona Rural de Alto Alegre.

Conforme o delegado, em suas declarações a menina contou que por duas vezes, ao chegar bêbado em casa, o padrasto introduziu o órgão genital dele no dela e que sentiu muitas dores, pedindo para que ele parasse. De acordo com o relato, a menina contou para mãe que pediu para que o homem parasse com isso ou ele ‘’seria preso’’.

“Neste caso, após a comprovação por meio de laudo de conjunção carnal e o testemunho da criança, constatamos que eles moram na mesma comunidade e que havia o perigo iminente que ele representa para a criança, então, também, representamos pela prisão preventiva”, relatou o delegado.

Wesley Oliveira lembrou que a maioria dos casos de abuso sexual com crianças são cometidos por pessoas que têm acesso aos menores.

“Infelizmente todos os casos são de estupro de vulneráveis. Ou seja, as vítimas são crianças ou adolescentes que foram estupradas por parentes próximos, primos, padrastos, pessoas que têm acesso a essas crianças. Durante o nosso trabalho, o Ministério Público e o Poder Judiciário entenderam que os nossos argumentos eram pertinentes, o que foi determinante para que a prisão desses autores fosse decretadas e, agora, passarão a responder pelo crime perante a Justiça”, concluiu o delegado titular de Alto Alegre.