Política

Usinas termelétricas ainda esperam liberação para funcionamento

Funcionamento das usinas de Monte Cristo, do Distrito Industrial e do Novo Paraíso depende de liberação da Agência Nacional de Energia Elétrica

As constantes quedas e oscilações de energia continuarão a causar transtornos à população de Roraima por, pelo menos, mais três meses. As usinas termelétricas do Monte Cristo e do Distrito Industrial, em Boa Vista, e a de Novo Paraíso, em Caracaraí, que foram planejadas para suprir as reduções de fornecimento por parte da Venezuela, que fornece boa parte da energia consumida no Estado, ainda não podem entrar em funcionamento. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável por emitir as liberações, está analisando todo o processo e prevê a liberação apenas para o mês de abril.
Conforme dados da Eletrobras Distribuição Roraima, o processo de instalação da termelétrica de Monte Cristo (com capacidade de 97 megawatts), que estava previsto para dezembro passado, ainda está em andamento. As usinas do Distrito Industrial (20mw) e a de Novo Paraíso (12mw) já foram concluídas.
As usinas foram projetadas para suprir as constantes reduções no fornecimento de energia por parte da Venezuela, que, desde 2001, fornece energia aos roraimenses através do Linhão de Guri. Até 2009, o país vizinho fornecia, diariamente, 200 megawatts para o Estado, mas, devido ao fenômeno climático El Niño, a média de chuvas na Venezuela ficou abaixo do normal e a reserva El Guri, uma das maiores hidrelétricas do mundo, ficou com o nível de água absurdamente baixo.
No início de 2010, a estatal venezuelana Edelca (Eletrificacion Del Caroni) reduziu o fornecimento para 140 mw. Conforme o assessor de operação, manutenção e geração da Eletrobras, Jocely Ferreira, o consumo diário da população roraimense naquela época já era maior do que o fornecido pelo país vizinho. “Para não deixar o Estado sem energia, o Ministério de Minas e Energia autorizou a Eletrobras Distribuição Roraima a reativar as usinas termelétricas, que passaram a trabalhar em conjunto com o Linhão de Guri para atender à demanda”, disse.
No ano de 2012, houve outra redução. O país vizinho passou a fornecer somente 125 mw. Para atender ao consumo local, as termelétricas passaram a gerar 60 mw. Atualmente, a Venezuela fornece apenas 95 mw.
Em de junho de 2014, o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e a Eletrobras Distribuição Roraima firmaram Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para tentar minimizar o problema de racionamento de energia no Estado, pois o Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras relatou ao MPRR um aumento nos pedidos de desligamento do linhão de Guri por parte do governo venezuelano, gerando risco de racionamento para Roraima.
Na época, a Eletrobras Distribuição Roraima anunciou que as usinas seriam instaladas até dezembro do ano passado e atenderiam à demanda do Estado até a interligação ao Sistema Nacional de Distribuição de Energia através do linhão de Tucuruí, no estado do Pará, no primeiro semestre de 2016. (I.S)