CUIDADO À SAÚDE

Saúde mental e alimentação: identifique o inimigo no seu prato

Nutricionista funcional elenca alimentos que prejudicam e outros que podem ajudar a controlar estresse e ansiedade

Saúde mental e alimentação: identifique o inimigo no seu prato

Pesquisas científicas recentes colocaram a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos como dois dos pilares essenciais para a saúde do cérebro. Isso acontece porque bons hábitos alimentares auxiliam a microbiota intestinal a produzir substâncias que fortalecem o sistema imunológico e ajudam na produção hormonal.

De acordo com o nutricionista funcional Diogo Cirico, o intestino se comunica com o cérebro através dos hormônios, das células do sistema imunológico e das moléculas produzidas a partir do metabolismo. Isso se transforma em espécie de combustível para os neurotransmissores que regulam estresse emocional.

Portanto, o que é colocado no prato pode melhorar ou piorar a nossa saúde mental. Na lista dos vilões estão alimentos com alto teor de açúcares, sódio, aditivos químicos, gorduras trans e saturadas, presentes em alimentos como ultraprocessados, fast foods e embutidos (linguiça, salame, salsicha, mortadela).

“O consumo regular desses alimentos aumenta o número de marcadores inflamatórios. Isso, associado a alterações na microbiota intestinal, pode levar a um maior risco de depressão, ansiedade e redução do bem-estar”, explica Cirico.

O que afetar o sono também deve ser evitado. O abuso de álcool e excesso de cafeína são grandes vilões, diz o especialista, já que um é grande depressor do sistema nervoso central, principalmente pela interferência em medicações. E, o outro pode aumentar a ansiedade.

Aliados poderosos

Por outro lado, há uma série de alimentos que podem melhorar nossa saúde mental e atuar como coadjuvantes nos tratamentos médicos contra ansiedade, estresse e depressão. O nutricionista funcional cita os peixes e sementes como fontes de ômega 3 e ômega 6 (chia, linhaça, semente de girassol, nozes, amêndoas, amendoim, castanha-de-caju), que favorecem uma variedade de atividades neuroquímicas benéficas, têm efeito anti-inflamatório e estimulam a formação de novos neurônios.

“O consumo desses alimentos pode melhorar a qualidade do sono, o humor, interfere na autoestima e otimismo e contribui para reduzir o estresse e sintomas depressivos”, enumera.

Os vegetais em geral têm um alto teor de nutrientes, carboidratos complexos, fibras, vitaminas, carotenóides, potássio e polifenóis. “Muitas desordens mentais são afetadas por processos inflamatórios que prejudicam a funcionalidade do sistema nervoso central. Esses nutrientes, em especial as fibras, contribuem prevenindo ou reduzindo a inflamação”, comenta.

Considere na dieta

Azeite de oliva e suplementos probióticos são outros aliados da saúde mental porque melhoram o trato digestivo e reduzem a inflamação corporal. Segundo o nutricionista, evidências científicas mostraram uma associação inversa entre azeite de oliva extra-virgem e sintomas depressivos ou risco da depressão.

“Esses benefícios são pautados em quatro hipóteses: a presença de polifenóis bioativos que têm ação anti-inflamatória; presença de tirosol, que restaura as defesas antioxidantes; a síntese de oleamida, composto com ações importantes relacionadas aos transtornos do humor, e o efeito de melhora na ligação da serotonina com os seus receptores”, completa.