O Grito dos Excluídos e Excluídas reuniu os movimentos sociais e a Igreja Católica em manifestação de combate a fome na tarde deste feriado de 07 de setembro. Realizado todos os anos, movimentação é realizada em todo o Brasil há 29 anos com o tema permanente de “Vida em Primeiro Lugar!”.
Para esta edição, o evento teve como lema “Você tem fome e sede de quê?”, que está relacionado à Campanha da Fraternidade 2023 (CF2023). O objetivo é convidar a população à reflexão e ação em busca de alternativas para os enormes problemas que existem quanto à fome e desabastecimento de água no país e no estado.
O Bispo de Roraima, Dom Evaristo Spengler, reforçou que o Grito está ligado a outras movimentações da Igreja Católica, como o Tempo da Criação, que envolve a fome na Amazônia. Spengler também acrescentou que o problema da fome é relacionado ao modelo econômico.
“Se alguém passa fome é porque a comida está sendo mal distribuída. No nosso estado, de modo especial, eu vejo assim um modelo econômico predatório, em alguns sentidos, quando se vem aqui para extrair a madeira e ir embora, destruiu a nossa floresta”, exemplifica Dom Evaristo.
O bispo também apontou outros modelos presentes no estado, como do agronegócio e a agricultura familiar, esta sendo, segundo ele, a mais viável para uma das formas de combate a fome.
De acordo com o irmão marista, Danilo Bezerra, e coordenador das Pastorais Sociais, da Diocese de Roraima, a mobilização permanente é uma busca constante por políticas públicas.
“Acredito que no Brasil não existe uma mobilização permanente que todo ano tem e não é só no 07 de setembro. Tem toda uma preparação, todo um processo e muita gente se engaja, muitos movimentos se organizam. Isso influencia tanto na participação popular, na consciência política, quanto na incidência de políticas públicas”.
Arrecadação de alimentos
O Grito dos Excluídos e Excluídas iniciou na Igreja COIMA (Coração Imaculado de Maria) e seguiu em caminhada até a Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo. Como gesto concreto, os participantes são convidados a doar alimentos como arroz, feijão, açúcar e café.
A ação visa ajudar cerca de 500 pessoas da comunidade indígena da região do Alto São Marcos, entre os municípios de Pacaraima e Uiramutã, vítimas das chuvas no Alto São Marcos.