Três madeireiras alvos da Operação ‘Dinizia’, deflagrada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), no município de Rorainópolis, região sul de Roraima, foram multadas em mais de R$ 2 milhões por extração ilegal de madeira. Ao todo foram apreendidos mais de seis mil metros cúbicos do produto.
A fiscalização foi realizada entre os dias 15 e 24 de fevereiro, após o desdobramento da Operação Arquimedes, da Polícia Federal do Amazonas, ocorrido em janeiro deste ano, em que 444 contêineres com madeira foram apreendidos no Porto de Manaus. Do total, 70% foram exportados por Roraima.
O número chamou a atenção da Femarh, que regula o setor no Estado. Antes da operação, uma varredura foi feita no Sistema Integrado de Monitoramento e Controle dos Recursos e Produtos Florestais/Documento de Origem Florestal (Sisprof/DOF), onde ficam armazenados as informações das empresas, e as madeireiras sediadas em Rorainópolis foram “sorteadas” para serem fiscalizadas.
Segundo o diretor de Monitoramento e Controle Ambiental da Femarh, Rarisson Barbosa, os indícios de irregularidades apontados durante a Operação da Polícia Federal foram constatados. “Logo na primeira madeireira encontramos quase quatro mil metros cúbicos de madeira no pátio, sendo que no sistema estava zerado. Identificamos esse total de madeira proveniente de irregularidade”, disse.
A operação contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Exército Brasileiro (EB), Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) e Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (DPMA). Além de multadas, as empresas foram embargadas até que se regularizem junto aos órgãos fiscalizadores. “Iremos trazer esse material a Boa Vista e depois continuar a operação no sul para coibir a extração ilegal que traz prejuízo ao meio ambiente e ao Estado, que deixa de arrecadar e empregar”, destacou Barbosa.
CARGA APREENDIDA – As madeiras apreendidas estão sendo transportadas em caminhões do Exército, responsável pela logística até a Capital. Um processo por crime ambiental será aberto após a finalização de relatórios por parte dos técnicos da Femarh, que devem ser analisados e julgados. Caso sejam comprovadas as irregularidades, o material será doado para instituições parceiras do órgão. “Estamos trazendo toda essa madeira e colocando na Cidade da Polícia Civil. Não temos prazo de término da operação, haja vista que pretendemos fiscalizar o Estado todo”, ressaltou.
Também foram apreendidos 14 contêineres que continham madeira irregular pronta para ser comercializada no Estado vizinho. Um dos contêineres com 30 metros cúbicos chegou a ser furtado de dentro de uma das madeireiras, sendo encontrado dias depois na BR-010, no Pará. “A PRF nos deu apoio e o condutor do veículo ficou preso na delegacia. A carreta foi apreendida e virá para Roraima. Nosso dever é monitorar e fiscalizar, ficamos 15 dias e não houve resistência por parte dos madeireiros. Não é errado quem fiscaliza, mas sim quem não cumpre a lei”, frisou. (L.G.C)