POLÍTICA

Brasil assume G20 e coloca combate à fome como prioridade

Cúpula contou com a participação de líderes dos países-membros e também chefes de Estado de Bangladesh, Egito, Espanha, Emirados Árabes Unidos

Presidente Lula recebe muda de árvore em cerimônia no Bharat Mandapam, Plenário da Cúpula. Nova Delhi – Índia (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Presidente Lula recebe muda de árvore em cerimônia no Bharat Mandapam, Plenário da Cúpula. Nova Delhi – Índia (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Durante a 18ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do G20 em Nova Déli, na Índia, neste domingo (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse da presidência do grupo. A liderança foi passada pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

As três prioridades elencadas para a gestão brasileira são: a promoção da inclusão social, a luta contra desigualdades, fome e pobreza; o combate às mudanças climáticas e a defesa do desenvolvimento sustentável em suas variadas dimensões; e a reforma das instituições de governança global alinhadas à atual geopolítica.

Em suas palavras, Lula ressaltou: “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”, aludindo ao lema da presidência brasileira. O presidente anunciou a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.

Lula mencionou a tragédia recente no Rio Grande do Sul, causada por um ciclone extratropical, que até o momento, resultou em 41 mortes e deixou 46 desaparecidos, levando 88 municípios a declarar estado de calamidade pública. Ele enfatizou a necessidade de atenção a tais eventos extremos, manifestando ainda a urgência em ações eficazes contra o aquecimento global.

Comprometido em fortalecer o G20, que é formado pelas 19 maiores economias globais e a União Europeia, Lula destacou a necessidade de redobrar esforços na busca para erradicar a fome mundial até 2030. Salientou, ainda, a importância de uma maior participação de nações emergentes nas decisões em instituições como o Banco Mundial e o FMI.

O mandato brasileiro começa em 1º de dezembro de 2023, encerrando-se em 30 de novembro de 2024. Durante esse período, serão organizadas mais de 100 reuniões oficiais em diversas cidades brasileiras, culminando na 19ª Cúpula do G20, prevista para 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

O Brasil, que assume pela primeira vez a liderança do G20 desde sua fundação em 1999, trabalhará para estreitar as trilhas de política e finanças, garantindo que decisões sejam respaldadas por recursos adequados. Lula defendeu ainda um canal direto de diálogo entre os líderes e a sociedade civil.

Enfatizando a importância de uma ação conjunta e a busca por paz e cooperação, o presidente disse: “Não nos interessa um G20 dividido. Só com uma ação conjunta é que podemos fazer frente aos desafios dos nossos dias”.

Esta cúpula contou com a participação de líderes dos países-membros e também convidados da presidência indiana, incluindo chefes de Estado de Bangladesh, Egito, Espanha, Emirados Árabes Unidos, entre outros. A Declaração de Líderes, principal documento da cúpula, destacou temas como desenvolvimento sustentável, cooperação econômica e redução do sofrimento causado por conflitos.

A gestão anterior do G20 foi da Índia, sob o lema “Uma Terra, Uma Família, Um Futuro”, que enfatizou a liderança feminina, estilos de vida sustentáveis, tecnologia, entre outros tópicos.