MANIPULAÇÃO NO FUTEBOL

Presidente da FRF e filho podem depor em CPI sobre contrato de serviço médico

Em 2021, a CBF assinou contrato com uma clínica médica, que tem como sócio o filho do presidente da FRF

O pedido de depoimento foi feito pelo deputado federal Albuquerque (Republicanos) durante audiência pública de segunda-feira. (Foto: Divulgação)
O pedido de depoimento foi feito pelo deputado federal Albuquerque (Republicanos) durante audiência pública de segunda-feira. (Foto: Divulgação)

Durante a audiência pública de investigação da Manipulação de Resultado em Partidas de Futebol, nessa segunda-feira (11), o deputado federal Albuquerque (Republicanos) pediu explicação aos ex-dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre o contrato em sociedade entre o presidente da Federação de Futebol de Roraima (FRF), Zeca Xaud, e seu filho, Samir Xaud. Na ocasião, os dois também foram convidados a prestar depoimento.

O parlamentar questionou se a CBF sabia se a sociedade, firmada no final de 2021 para atuar na área médica do futebol de Roraima, tinha parentesco entre o presidente e a administração da clínica. Em resposta, Gilnei Botrel, ex-Diretor Financeiro, informou que “não sabia que a empresa era oriunda de um filho de presidente de federação”, além de que depois de assinado no departamento jurídico, seguiu com os trâmites.

“Então, fica bem claro, presidente, que é preciso também convocar o presidente da Federação do estado de Roraima e o seu filho para depor, e que venham as cópias do contrato”, pediu Albuquerque ao presidente da CPI, Julio Arcoverde (PP-PI).

O estatuto da CBF veda a celebração de contrato com sociedade entre “qualquer dirigente ou membro de seus poderes e órgãos, seu cônjuge ou companheiro, ou parentes, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, sejam sócios ou administradores”. A exceção somente é válida no caso de contratos de patrocínio ou doação.

Manifestação

Procurado, o médico infectologista, Samir Xaud, negou todas as afirmações do parlamentar, inclusive, estranhou o referido contrato ter sido citado em uma CPI que apura manipulação de resultados e casas de aposta, informou ainda, que o contrato obedeceu todos os trâmites internos da Confederação Brasileira de Futebol. “Durante sua vigência houve a efetiva prestação dos serviços contados, com a apresentação de todas a documentação aos órgãos responsáveis junto a CBF, tendo o referido contato finalizando em dezembro dobano passado, sem que houvesse a sua renovação”, destaca o médico.

Além disso, reforçou que todo e qualquer esclarecimento foi apresentado, durante a vigência do acordo, junto a CBF, com quem o contrato “foi firmado diretamente, sem qualquer intermédio da Federação Roraimense de Futebol”. Por fim, entende que a “denúncia” tem cunho apenas político/pessoal, tendo em vista, ter sido adversário político do deputado nas últimas eleições.