Polícia

Poucas apreensões descaracterizam Roraima como rota de tráfico de armas

Nos últimos dois anos, 26 armas foram apreendidas durante as operações de fronteira do Exército

Roraima não é rota de tráfico de armas. A informação é do comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1ª BdaInfSl), general Gustavo Henrique Dutra, com base nas estatísticas de apreensão do Exército. Nos últimos dois anos, 26 armas foram apreendidas durante as operações de fronteira. No entanto, não foi encontrado nenhum fuzil automático, considerado o principal armamento usado pelas facções criminosas.

Das 26 armas apreendidas, 20 foram registradas como de caça, o que inclui o armamento detido nos garimpos, e as outras seis foram registradas como armas de porte individual. Durante entrevista no final do mês passado, o general Dutra ressaltou que o Exército realizou a apreensão de duas armas que estavam desmontadas dentro de tanques de combustível. A ação ocorreu em 2017.

Na oportunidade, o general informou que as fiscalizações das operações seriam reforçadas, apesar de considerar baixo o número de apreensões de armas e outros produtos. Como resultado da intensificação, cerca de 60 pessoas foram detidas no último dia 22 na região da Terra Indígena Yanomami, a Noroeste do Estado. Entre as apreensões, duas armas de fogo calibres 28 e 22.

Em contrapartida às apreensões executadas nas ações de fronteira, também foi constatada a entrada de imigrantes cubanos pela BR-401, sentido Guiana, região Leste do Estado. Em seis horas de operação em um posto de bloqueio, aproximadamente 40 cubanos são identificados. Contudo, considerando que o posto não funciona 24h por dia, o índice de imigrantes pode ser maior.

Com a permissão de entrada concedida pela Legislação de Imigração, o Exército não tem autonomia para impedir a passagem de imigrantes no Estado. Entretanto, Roraima nem sempre é o destino final dos cubanos. Já na capital, eles procuram por refúgio na Polícia Federal (PF) informando que estão ilegais e, em seguida, seguem viagem rumo ao Uruguai e aos Estados Unidos (EUA).

A Folha entrou em contato com a PF para tratar do assunto, mas até o fechamento desta matéria, às 18h, não obteve resposta. (A.G.G)