PLANTAR PARA REMIR

Projeto utiliza plantio com forma de ressocialização de reeducandos

25 internos, que cumprem pena no Centro de Progressão se dedicam ao cultivo de hortaliças, plantas medicinais e ornamentais.

A cada três dias trabalhados, reeducandos têm a redução de uma dia em suas penas (Foto: Secom)
A cada três dias trabalhados, reeducandos têm a redução de uma dia em suas penas (Foto: Secom)

O plantio tem se mostrado uma eficiente ferramenta de ressocialização para reeducandos no estado de Roraima. O “Projeto Plantar para Remir”, iniciativa do Governo do estado através da Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania), tem sido implementado há um ano em unidades prisionais na capital e, há seis meses, também em Rorainópolis, ao sul de Roraima.

Ao todo, 25 internos, que cumprem pena no Centro de Progressão, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e na Cadeia Pública Masculina de Boa Vista, se dedicam ao cultivo de hortaliças, plantas medicinais e ornamentais. Por cada três dias de trabalho, eles têm uma redução de um dia em sua pena.

Esse trabalho não só abastece as unidades com alimentos frescos e saudáveis, mas também gera um senso de responsabilidade e eleva a autoestima dos internos. Ver o resultado de seu esforço crescer contribui para ocupar mentes antes ociosas com atividades produtivas e terapêuticas, ao mesmo tempo que proporciona aprendizado de novas habilidades.

Hercules Pereira, secretário da Sejuc, destaca a importância deste projeto: “As hortas proporcionam benefícios físicos, mentais, sociais e ambientais para os internos. Elas representam uma oportunidade de transformação e resgate da dignidade humana, contribuindo para um sistema prisional mais justo e eficiente”.

A comercialização dos produtos cultivados acontece através de uma feira na sede da Sejuc, aberta a servidores e à população em geral. A periodicidade pode variar entre 15 e 30 dias, dependendo da produção. Os valores arrecadados são reinvestidos no projeto, garantindo sua manutenção e fortalecimento.

Além de beneficiar o ambiente prisional, a iniciativa prepara os reeducandos para a vida após o cumprimento da pena. Com o conhecimento adquirido sobre agricultura, manejo sustentável e técnicas de plantio, esses indivíduos encontram uma alternativa para reintegração social e profissional, tornando-se uma possibilidade real de trabalho e fonte de renda.

Entre os itens cultivados, destacam-se: alface crespo e americano, coentro, couve, cheiro verde, pimentão, tipos variados de pimenta, tomate, rúcula, quiabo, beringela, cebolas e maxixe. Na ala de plantas medicinais, os internos cultivam dipirona, malva grossa, capim cidreira, boldo e hortelã. E, no campo das ornamentais, Zamiaucuca e Rosa do Deserto.