“A verdadeira beleza de uma mulher está refletida na sua alma. Está no carinho que ela amorosamente dá e na paixão que ela demonstra” – Andrey Hepburn (1929-1993) – atriz e humanista belga/britânica.
Mamãe, brilhas na constelação dos que transitaram, em toda sua vida, pela solidez dos paralelepípedos que ornamentam as calçadas daqueles abraçados do manto, do amor e espírito de elevada construção humana. Onde o amor é uma prece que embala todos os corações, indistintamente por aqueles que transcendem e carregam consigo uma rara beleza – de afetividade, de compaixão, de amizade, do compartilhamento e da leveza do ser.
Você, mamãe, era como um caudaloso rio que transbordava abundância por onde passava despejando olhar de mulher apaixonada pela vida entrelaçada por todo o universo em que te rodeava. Mesmo quando as tormentas que, inevitavelmente, aportam em nossas vidas, simbolizavas a grandeza de um ser iluminado. Revestida da simplicidade e de muito brilho que é inerente de seres como você foi!
Mamãe, o teu nome não consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, de heróis brasileiros, em Brasília, porque certamente não almejavas os holofotes das condecorações palacianas, mas sim, derramar o teu amor, incondicional, pelas estradas pavimentadas por ti – deixando rastro de luz por onde caminhastes. Cadenciando teus passos em nome da liberdade, da fraternidade e de profundo amor por todas as pessoas, fossem negras, brancas, mestiças ou povos indígenas. Representavas o amor, em todas as escalas que norteiam o bem comum, no aceno conciliador, na palavra de conforto e na atitude construtiva. Trafegavas pelas vias cimentadas da concórdia, da tolerância, da sensatez e da união entre todos, incondicionalmente. Esse era o teu mundo inabalável.
Tocastes a canção dos apaixonados, mamãe e recitastes a poesia dos que sentem dentro da própria alma, o coração acelerar por batimentos que ressoassem com os seus. Sentimentos que afloram pela pessoa amada. É a paixão que move e nos impulsiona ao alçarmos o nosso voo. “As paixões são como as ventanias que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar, outras vezes podem fazê-los naufragar; mas, se não fossem elas não haveria viagens, nem aventuras e nem novas descobertas”: Voltaire (164-1778) – filósofo francês. E você, mamãe atravessastes os oceanos do amor, imbuída de muita paixão pela vida amando e sendo amada, com a visão centrada na edificação da tua prole – contemplada pelos ventos do universo durante toda a tua existência.
Mamãe, você é Estrela fulgente, entre milhões no maravilhoso universo estrelar!
Ana Nascimento Araújo ou, simplesmente Anita (1917-2010). Minha inesquecível mãe, cidadã brasileira, natural de Boa Vista, Roraima. Mamãe, você foi dadivosa, defensora da vida, de valores imprescindíveis e de caráter irretocável!
Homenagem a todas as mães. Um filho é para uma mãe a extensão de seu próprio ser!
Luz!
Brasilmar do Nascimento Araújo * Jornalista e Poeta
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