DENÚNCIA

Família de paciente em leito de retaguarda reclama da falta de informações

Sem diagnóstico, família faz apelo. Equipe de hospital de retaguarda tentar dar medicamento de outro paciente ao denunciante.

Familiares relatam que enquanto aguardam ação por parte das equipes, o inchaço do paciente aumenta (Foto: Arquivo)
Familiares relatam que enquanto aguardam ação por parte das equipes, o inchaço do paciente aumenta (Foto: Arquivo)

A redação da FolhaBV foi procurada para denunciar descaso e falta de informações por parte da saúde pública de Roraima. Na última sexta-feira (15), o paciente André Luiz Carneiro Barros, foi admitido no Hospital Geral de Roraima apresentando fortes dores abdominais. Segundo relatos de familiares, a dor era tão intensa que impedia André de desempenhar suas atividades diárias, inclusive trabalhar.

Após a realização de exames, incluindo ultrassonografia e endoscopia, foi detectado um acúmulo de líquido no abdômen do paciente. No entanto, mesmo após uma sequência de outros testes, a origem do problema permaneceu um mistério. A única anomalia identificada foi uma alteração no fígado, que, segundo os médicos, não forneceu um diagnóstico definitivo.

Até a terça-feira subsequente, André estava sob os cuidados do clínico geral, Dr. Renato, que, segundo a família, estava fornecendo uma assistência exemplar. No entanto, a situação mudou quando o cuidado foi transferido para um gastroenterologista.

“Ele estava sendo acompanhado pelo Dr. Renato, que estava dando toda a assistência a ele. E aí chegou um ponto que não era mais ele [o clínico], e sim um gastro. E aí passou três dias para o gastro ir vê-lo”, lamentou a irmã de André.

Aparentemente, foi apenas após uma reclamação formal feita à ouvidoria que o especialista compareceu para avaliar André. Mesmo assim, os problemas não cessaram. A irmã de André relata que o procedimento de drenagem do líquido não correu como esperado. “O médico disse que, por não conseguirem retirar o líquido, seria necessária outra ultrassonografia”, contou.

Em um novo revés, André foi transferido para o Hospital Lotty Íris, onde outro incidente preocupante ocorreu. A irmã de André apontou que a equipe de enfermagem quase administrou um medicamento destinado a outro paciente. “É por isso que as pessoas morrem, as equipes parecem despreparadas para atender”, desabafou. “Enquanto isso, meu irmão está cada vez mais inchado e nenhum diagnóstico é dado”.

A FolhaBV procurou o Governo de Roraima para obter respostas diante da situação de André. Até o momento da publicação desta matéria, nenhum retorno foi obtido. O espaço segue aberto para manifestação do executivo estadual.