A escolha da banca responsável pela organização e execução do concurso público da Polícia Civil de Roraima (PCRR), anunciada pelo Governo do Estado na manhã de ontem, 9, com edital previsto para ser publicado ainda este mês, finda um longo período de 15 anos sem realização de um certame para a categoria.
Após a publicação do extrato com a ratificação da licitação, a delegada-geral da Polícia Civil, Edinéia Chagas, assinou o contrato com a Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Vunesp), de São Paulo, que irá realizar o concurso. A expectativa é que 330 cargos sejam ofertados.
As vagas serão distribuídas em oito cargos, sendo 35 para delegados; seis para médicos legistas; dois para odontolegistas; 14 para peritos criminais; 120 para escrivães; 100 para agentes de polícia; 23 para auxiliar de perícia criminal e 15 para auxiliar de necropsia.
“Graças a Deus as notas técnicas foram todas favoráveis, o contrato foi minutado e está sendo assinado hoje. A partir de agora, depois de 15 anos, o concurso da Polícia Civil vai acontecer. O próximo passo será trabalhar na elaboração do edital e para isso já existe comissão constituída. A nossa meta é trabalhar fortemente para que o edital saia ainda este mês”, disse a delegada.
Conforme Edinéia, a projeção é de que os recursos arrecadados com a taxa de inscrição dos candidatos sejam suficientes para arcar com os custos do concurso. “Muitos se perguntam como vamos fazer concurso diante das dificuldades financeiras, mas não haverá ônus para o Estado. Pretendemos absorver os novos policiais a partir de 2019, mas o importante é que o concurso será feito este ano”, informou.
Ela citou a defasagem no efetivo atual da Polícia Civil como um dos grandes gargalos para o desenvolvimento dos trabalhos. “Para nós é um marco fundamental na história da Polícia Civil. Temos dificuldade de investigar crimes graves e praticados por organizações criminosas, porque não temos braço humano e existe demanda grande”, ressaltou.
A delegada-geral destacou o esforço da governadora Suely Campos (PP) em reconhecer a necessidade da realização do concurso. “Desde 2016 quando apresentei o projeto à governadora, ela abraçou a ideia e mandou eu fazer a projeção. A Polícia Civil se sente agradecida, porque ela está reconhecendo que se não houver aparelhamento na segurança não conseguiremos vencer a criminalidade”, declarou.
EFETIVO – O delegado Jimmy Santana, integrante da comissão da Polícia Civil responsável pelo concurso, revelou que o órgão sofrerá redução de efetivo no próximo ano com a aposentadoria de agentes, escrivães e delegados. “As mulheres têm condições de aposentadoria diferenciada e com 15 anos já podem se aposentar. Se não nos preparássemos para o certame chegaríamos a uma situação muito mais crítica”, disse.
ÚLTIMO CONCURSO – O último edital da Polícia Civil de Roraima, realizado em 2003, ofereceu 930 vagas, sendo 25 para médico-legista, 5 para odontolegista e 30 para perito criminal, todos para nível superior. Os candidatos com nível fundamental puderam entrar em vagas de auxiliar de necrópsia (20) e auxiliar de perito criminal (20). Já para nível médio foram oferecidas 100 vagas para escrivão, 400 para agente de Polícia Civil, 200 para agente carcerário, 30 para perito papiloscopista e 100 para delegado.
Os candidatos precisaram passar por prova objetiva; discursiva; avaliação psicológica; exames biométricos e psicológicos; avaliação da capacidade física; e investigação social e funcional.
Emenda parlamentar de R$ 2,1 milhões será utilizada para construção de delegacias
Além do concurso público, a delegada-geral da Polícia Civil, Edineia Chagas, anunciou que a liberação de R$ 2,1 milhões por meio de emenda parlamentar da senadora Ângela Portela (PDT) permitirá a construção de duas novas delegacias destinadas a atender crianças e adolescentes vítimas de violências e menores infratores.
“Uma vez consolidando esse dinheiro, que é recurso da União, estamos apresentando projeto ao Ministério da Justiça. Esperamos ainda este ano começar a construção de duas unidades. Entrando novos policiais a nossa expectativa é estar com estrutura física e predial melhor para eles trabalharem”, frisou. (L.G.C)