O Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores municipais foi entregue ontem à Prefeitura de Boa Vista pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Edilberto Veras (PP). Segundo ele, o plano não foi entregue antes porque o documento chegou à Câmara somente em arquivo físico e sem a cópia digital.
“Não foi enviado antes porque não haviam mandado o documento em mídia eletrônica. Então, tivemos que fazer um esforço coletivo no final de semana e na segunda para fazermos as adequações das emendas aprovadas durante a votação e entregarmos o PCCR à Prefeitura”, frisou Veras.
Na terça-feira passada, 06, o vereador já havia relatado a situação em entrevista à Folha. Após quatro tentativas de obter da Prefeitura a cópia digital do arquivo, foi determinado que o projeto fosse digitalizado por servidores da Câmara e feita uma cópia impressa do material.
“Nós tivemos que escanear página por página porque a Prefeitura não nos enviou documento digital. São mais de mil páginas, com erros de português e que ainda devem receber as adequações que nós aprovamos”, explicou o presidente da Câmara na semana passada.
Após entregar o projeto com as emendas, Veras disse que espera agilidade para a sanção pela prefeita Teresa Surita (PMDB). “Tudo foi acertado entre as entidades representantes dos servidores, o Legislativo e o Executivo municipais. Espero que nenhum ponto seja vetado pela prefeita”, comentou.
PREFEITURA – Em nota, a Prefeitura de Boa Vista confirmou que recebeu o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração da Câmara de Boa Vista na tarde de ontem. O plano se encontra em posse da Procuradoria-Geral do município para análise final da redação.
“A atual gestão reitera seu compromisso com os servidores e destaca que fará o possível para que o pagamento de janeiro seja efetuado já com as alterações previstas no plano”, afirmou a nota.
TRAMITAÇÃO – O Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, solicitado pela Prefeitura de Boa Vista e elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi o centro de discussões dos servidores municipais durante todo o ano passado. Após uma negociação entre Executivo municipal e o Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sitram), foi acordado que o PCCR seria apresentado em julho, o que foi descumprido e feito três meses depois.
Porém, o Plano chegou à Câmara Municipal no dia 12 de dezembro sob alvo de incansáveis reuniões com lideranças sindicais a fim de melhorar o texto e readequar os níveis de vencimento e acesso a todas as carreiras contempladas.
Durante o mês de dezembro, os vereadores realizaram reuniões e audiências públicas com o objetivo de ouvir as reivindicações dos servidores municipais. “Nós procuramos os vereadores para pedir ajuda. O Sitram, auditores fiscais, procuradores municipais e agentes de trânsito apresentaram propostas de emendas ao projeto de lei”, disse a presidente do Sitram, Sueli Cardozo, à época.
O projeto, votado em sessão extraordinária no penúltimo dia do ano, teve seis emendas propostas e incorporadas ao texto pelos vereadores. Para a presidente do Sitram, a aprovação significou uma vitória. “Nossos maiores objetivos eram a revisão das classes, a diminuição da carga horária da saúde e o reajuste das categorias. Porém, não conseguimos a redução da jornada de trabalho dos cuidadores especiais para 30 horas nem a igualdade entre o piso salarial dos profissionais administrativos e da saúde”, destacou a sindicalista.
BENEFÍCIOS – Com a sanção do PCCR, os enfermeiros e técnicos em enfermagem do Hospital da Criança Santo Antônio trabalharão 30 horas semanais. Aqueles que trabalharem 40 horas por semana receberão uma gratificação de R$ 500,00.
Os médicos também tiveram alterações na remuneração. Com o plano, o salário inicial para carga horária de 20 horas semanais será de R$ 5 mil, chegando a R$ 12 mil. Para os que cumpram 40 horas semanais, o início de carreira é de R$ 10 mil e termina com mais de R$ 21 mil.
Na educação, foi garantido aumento de 7% a 23% para os mais de 1.900 professores. Conforme a Prefeitura, a soma dos reajustes é de 15%, superior ao aumento anunciado pelo Ministério da Educação, que foi de 8,32%.
De acordo com a proposta, os profissionais da segurança municipal também terão mudanças nos salários. O salário-base da classe A passará de R$ 621,24 para R$ 1.050. Conforme o PCCR, a última classe da categoria receberá R$ 2.419,50, antes era R$ 1.854,42. O salário de final da carreira, que atualmente é de R$ 3.601,68, passa para R$ 4.790,52.
Outra categoria contemplada com o plano é a dos fiscais que atuam nas secretarias de Finanças e Meio Ambiente e na Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur). O salário-base, de R$ 621,24, passará para R$ 1.450,00 com o reajuste. Os fiscais também receberão outros benefícios.
Política
PCCR dos servidores municipais já está na Prefeitura para sanção
Pagamento de janeiro poderá ser efetuado já com as alterações previstas no Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração