O exercício físico faz bem para quem quer prevenir diversas doenças como obesidade, hipertensão arterial, infarto do miocárdio, osteoporose, até mesmo para quem tem diabetes, já que a atividade física melhora o aproveitamento da glicose pelos músculos.
Segundo o médico César Penna, especialista em metabologia, o exercício reduz muitas vezes as doses dos medicamentos utilizados pelo diabético e ajuda a prevenir problemas como alterações na retina, vasos sanguíneos, nervos, rins e coração.
Ainda assim, é preciso tomar cuidados e consultar o médico antes de começar a atividade. “O exercício físico melhora a sensibilidade à insulina, mas se não tiver cuidados básicos, a hipoglicemia pode mesmo ocorrer até o dia seguinte após a prática”, disse.
Se considerarmos o exercício físico como um “medicamento” a ser utilizado pelo diabético, ele terá uma “dose ideal” para cada pessoa. Genericamente recomenda-se que sejam realizados exercícios de 30 a 60 minutos por dia, cinco a seis vezes por semana, de intensidade leve a moderada.
O médico ressalta que é necessário rever o esquema insulínico sempre antes de começar qualquer exercício.
“Dependendo do horário da atividade física, o ajuste da dose de medicamento/insulina da refeição anterior já é suficiente, apenas ajustando a relação insulina: carboidrato daquela refeição. Para os usuários de bombas de infusão de insulina pode ser necessário utilizar o basal temporário e em algumas situações retirar a bomba. A alimentação antes, durante e após a atividade física também é determinante para evitar a hipoglicemia”, explica.
Na hora da atividade física, o especialista diz que o carboidrato tem um papel fundamental para quem busca uma vida mais saudável. É ele que mantém a energia e glicemias do paciente estáveis.
“Mas não é por isso que pode abusar, pensando apenas em reduzir os episódios de hipoglicemia. A estabilidade das glicemias durante seu treino, fará com que a sua performance seja preservada. Claro que as quantidades de cada alimento devem ser estipuladas de maneira individual, por isso consultar um endocrinologista é de extrema importância”, diz.
Antes de pensar sobre ingerir suplementos, é indicado que o paciente faça um check list nutricional para avaliar sua alimentação atual. “Alguns ajustes na alimentação já são o suficiente para que sua performance seja preservada”, diz.
O tema preferido nas academias são os suplementos, especialmente os ‘whey proteins’. “No nosso dia todo, a necessidade de proteína varia de 12-15%, equivale a dois bifes e dois copos de leite. Então não adianta comer oito claras de ovos, vários copos de whey protein para ganhar massa muscular. O que faz ganhar massa muscular é justamente a combinação dos carboidratos e proteínas nas quantidades e horário correto. Tratando-se de Diabetes especialmente, o consumo exagerado de proteína pode sobrecarregar os rins. No caso de atletas profissionais ou que participam de competições, os suplementos podem ser utilizados com cautela, sempre orientados pelo profissional, pelo médico”, exemplifica.