Neste domingo (22), venezuelanos em todo o mundo votaram para decidir o candidato único que enfrenta o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 2024. Em um contexto repleto de desafios logísticos, os imigrantes residentes em Roraima exerceram seu direito de voto em uma barbearia situada no bairro São Francisco.
Selma Campos, coordenadora do Comitê de Votação local das eleições primárias em Boa Vista, pontua: “Esta votação ocorreu de maneira simultânea em 131 países. O objetivo foi definir um opositor ao governo de Maduro nas eleições de 2024. Esta organização surgiu através da autogestão, com o empenho de imigrantes empreendedores e o suporte de algumas entidades. Até o momento [15h45], já contabilizamos cerca de 500 votantes. Seguiremos recebendo eleitores enquanto houver demanda”.
No estado de Roraima, aproximadamente 1.500 imigrantes estão habilitados para votar.
A líder em todas as pesquisas é María Corina Machado, representante da ala mais radical da oposição. No entanto, sua trajetória política enfrenta um obstáculo significativo: um impedimento de exercer cargos públicos por 15 anos, o que, em teoria, poderia barrar seu registro como candidata.
Ainda na última semana, o regime de Nicolás Maduro e os líderes da oposição firmaram um acordo que prevê a realização de eleições presidenciais no segundo semestre de 2024, sob supervisão internacional.
O acordo, assinado durante encontros em Barbados, também atendeu a um pedido da oposição: a atualização do registro eleitoral, incluindo a inclusão dos mais de 6 milhões de venezuelanos que vivem no exterior. Contudo, a questão sobre a participação de políticos declarados inelegíveis, como é o caso de María Corina Machado, permanece indefinida.
Venezuela Vota 2024
Paralelamente às eleições, o Comitê promove o movimento “Venezuela Vota 2024”, uma plataforma online voltada aos imigrantes. A iniciativa busca garantir que os venezuelanos no exterior possam votar mesmo estando distantes de seu país natal. “Muitos de nossos compatriotas, não registrados no sistema eleitoral da Venezuela, encontram-se impossibilitados de votar. Com esta plataforma, buscamos assegurar o direito de voto fora da Venezuela, contando com a presença do Conselho Nacional Eleitoral nos consulados globais”, esclarece Selma.