PREOCUPAÇÃO

Deputado cobra Governo Lula sobre compra da energia da Venezuela para Roraima

Requerimentos e solicitações de audiência pública foram endereçados ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira

Linhas de transmissão de energia elétrica em Roraima (Foto: Arquivo FolhaBV)
Linhas de transmissão de energia elétrica em Roraima (Foto: Arquivo FolhaBV)

O deputado federal Defensor Stélio Dener (Republicanos-RR) solicitou do Governo Lula informações detalhadas sobre a importação da energia elétrica para abastecer Roraima. Os requerimentos e solicitações de audiência pública foram endereçados ao ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira.

O parlamentar questiona o órgão sobre pontos como previsões de fornecimento, período contratual, quantidade de megawatts, valor que o Brasil pagará por esse serviço, garantias de qualidade da energia e ressarcimento por falhas no fornecimento.

“Entre 2001 e 2019, o Brasil importava energia da Venezuela através desse mesmo sistema elétrico que está sendo pleiteado, porém nos últimos anos essa energia apresentava grande instabilidade e baixa qualidade da energia fornecida”, destacou Stélio Dener.

Ele lembrou que, em 2018, quando Roraima ainda era abastecido pelo Linhão de Guri, registrou 85 apagões. Por conta disso, em 2019, o modelo foi interrompido pelo governo brasileiro. Segundo o deputado, a volta da energia vizinha para o País “causa grande preocupação”, uma vez que Roraima é o único Estado não conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Defensor Stélio Dener também solicitou uma audiência pública, com os mesmos objetivos e temas da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, para debater as incertezas sobre o sistema elétrico de Roraima com profundidade.

“A experiência pretérita desabonadora e, tendo em conta que as usinas geradoras situadas em solo estrangeiro não podem ser alcançadas pelas normas de regulação emitidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que garantem os requisitos mínimos de qualidade e confiabilidade da energia fornecida, nem tampouco sujeitam-se a ações fiscalizatórias de nossa agência reguladora, entendo que a mencionada reativação de importação representa um sério risco para os consumidores e a economia de Roraima”, enfatizou.