JESSÉ SOUZA

É preciso reconhecer que estamos em uma guerrilha urbana no trânsito

Excesso de velocidade é umas das irregularidades mais corriqueiras no trânsito (Foto: Divulgação)

Os graves acidentes de trânsito com mortes em Boa Vista, nesses últimos dias, trazem à tona a necessidade de fazer algo mais do que apenas cobrar das autoridades para que elas cumpram com o seu papel. É imprescindível que a sociedade de uma forma geral tome consciência, com o poder público chamando a população para se engajar em campanhas de conscientização e na adoção de medidas de fiscalização para reduzir os índices de violência no trânsito.

Ficou bem claro que a imprudência e a irresponsabilidade dos condutores foram responsáveis pelas mortes que ocorreram na Capital e no interior, o que significa que as pessoas precisam tomar consciência do seu papel a fim de devolver a paz no trânsito. Não se pode mais tão somente cobrar e culpar as autoridades, enquanto as pessoas não assumirem sua culpa e suas responsabilidade em favor da melhoria do trânsito.

Em outra ponta, é necessário atacar de frente a impunidade para que a cultura de violência não prevaleça no trânsito e para que a imprudência não seja tolerada sob nenhuma hipótese, pois não punir com o rigor da lei acaba se tornando uma forma de incentivar a imprudência e a violência, impedindo a mudança de comportamentos e atitudes dos condutores.

Não custa lembrar que, não faz muito tempo, existiam até vereadores bradando contra os radares eletrônicos, os chamados “pardais”, o que acabou servindo de uma campanha negativa que favorecia os condutores imprudentes que não respeitam o limite de velocidade nas vias públicas, especialmente nas largas avenidas nas áreas centrais de Boa Vista, a exemplo da Avenida Ville Roy, onde os irresponsáveis desafiam a qualquer hora do dia e da noite as autoridades de trânsito.

A crônica policial desses últimos dias mostra que é gravíssima a situação da violência no trânsito. Enquanto isso, não se vê mais nenhuma ação efetiva das autoridades do trânsito não só para coibir e punir como também para conscientizar a população.

Ou a sociedade toma uma posição frente ao que está ocorrendo no trânsito, ou as famílias continuarão enterrando seus entes queridos vítimas especialmente da imprudência, além dos hospitais lotados de pessoas com fraturas ou com lesões permanentes. Não se pode mais esconder que estamos em uma guerrilha urbana no trânsito que deixa mortos e feridos quase que diariamente.

*Colunista

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