O Supremo Tribunal da Venezuela suspendeu, nesta segunda-feira (30), o resultado da primária eleitoral realizada pela oposição do governo Nicolás Maduro que escolheu a ex-deputada María Corina Machado, com 92% dos votos, para disputar a presidência nas eleições de 2024. Nos últimos dias, Maduro e funcionários do regime alegaram fraude nas votações, sem apresentar nenhuma prova.
O órgão se baseia em uma decisão da Controladoria Geral do país de junho deste ano. A medida havia proibido a candidata de exercer cargos públicos por um período de 15 anos, sob a justificativa de suposta corrupção.
A decisão ainda ressalta o apoio da parlamentar a um movimento da oposição, sustentado pelos Estados Unidos, que usou sanções econômicas para enfraquecer Maduro. Machado qualificou a decisão como ilegal e afirmou que irá concorrer de qualquer maneira.
Acordo com EUA fica em dúvida
A suspensão levantou dúvidas sobre um acordo que Maduro tinha feito com o governo americano no início do mês por eleições livres e justas na Venezuela. Os Estados Unidos haviam cancelado as sanções aos setores petrolífero, do gás natural e do ouro na Venezuela durante seis meses, em troca de medidas que permitiriam eleições democráticas.
A administração de Joe Biden havia dito ainda que Machado poderia concorrer e ter seus direitos políticos restabelecidos até o final de novembro, ou as sanções poderiam ser reaplicadas.
*Por Estadão Conteúdo