NOVEMBRO AZUL

Câncer é doença urológica mais temida por homens, seguida pela impotência sexual

Dadaos são da pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Proposta é aprovada durante o mês da campanha Novembro Azul  (Foto: Divulgação)
Proposta é aprovada durante o mês da campanha Novembro Azul (Foto: Divulgação)

Uma pesquisa de percepção da saúde masculina realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com apoio do Laboratório Adium, revelou que o câncer é a doença urológica mais temida pelos homens, com 58% dos participantes expressando preocupação em relação a essa condição, seguida pela impotência sexual, mencionada por 37% dos entrevistados. No entanto, os dados revelam que a preocupação com a própria saúde é relativamente baixa entre os homens acima de 40 anos, com apenas 32% considerando-se muito preocupados, e 46% admitindo que só procuram um médico quando sentem algo fora do comum.

O estudo, realizado pelo Instituto de Pesquisa IDEIA por meio de um aplicativo mobile, abrangeu homens acima de 40 anos de todas as regiões do Brasil. Entre os achados, destaca-se que 58% dos homens procuram atendimento médico exclusivamente no Sistema Único de Saúde (SUS), e um em cada sete homens manifesta temor em relação ao exame de toque retal, um receio que se intensifica nos homens com mais de 60 anos.

“Sentir alguma coisa é algo que não passou com remédio caseiro. Ele foi à farmácia procurar algum paliativo que pudesse ajudar aquele sintoma e a coisa não melhorou. Essa atitude do homem faz com que ele tenha uma expectativa de vida, sete ou oito anos menor que a das mulheres”, alertou o presidente da SBU, Alfredo Canalini.

A pesquisa também revelou que a maioria dos homens tem conhecimento sobre o câncer (75%) e a prostatite (59%), mas a hiperplasia benigna da próstata (HPB), apesar de ser mais prevalente, é menos conhecida, com apenas 43% dos entrevistados tendo informações sobre essa condição. Esse desconhecimento é mais acentuado entre os homens mais jovens, na faixa etária de 40 a 44 anos, onde apenas 39% estão cientes do que é a HPB.

“Na HPB, a próstata, uma glândula localizada abaixo da bexiga, aumenta de tamanho devido ao crescimento celular excessivo. E é mais comum em homens acima de 50 anos”, explicou o vice-presidente da SBU, Roni Fernandes.

A HPB e os seus sintomas

Os sintomas da HPB incluem aumento da frequência de micção durante o dia, diminuição da força e calibre do jato urinário, dificuldade para iniciar a micção, sensação de urgência para urinar e outros sintomas relacionados ao trato urinário. O tratamento varia de acordo com o estágio da doença e as condições clínicas do paciente.

Apesar de ser mais comum com o envelhecimento, a SBU enfatiza que a dificuldade de urinar não deve ser considerada normal e aceitável no processo de envelhecimento. No entanto, 38% dos participantes da pesquisa consideram que é normal ter dificuldade para urinar com o passar do tempo, e esse pensamento é mais comum entre os homens com mais de 60 anos (48%).

Câncer de próstata

O estudo também abordou a conscientização sobre o câncer de próstata, que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), tem uma estimativa de 71.730 novos casos anuais no período de 2023/2025. Os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde indicam que em 2022 foram registrados 16.292 óbitos devido ao câncer de próstata.

Sinais e sintomas que merecem atenção incluem sangue na urina ou no sêmen, micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido e a necessidade de urinar várias vezes durante a noite. A pesquisa mostra que a conscientização sobre o câncer de próstata tem progredido nos últimos anos, mas a busca por exames de rotina ainda é limitada, com muitos homens procurando um médico apenas quando apresentam sintomas.

Outros problemas

Os entrevistados também mencionaram problemas de saúde, sendo o sedentarismo (26%), a pressão alta (24%) e a obesidade (12%) os mais citados. A SBU recomenda que homens a partir de 50 anos procurem um profissional especializado para avaliação individualizada, e aqueles considerados de grupo de risco, como afrodescendentes ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata, devem iniciar os exames mais cedo, a partir dos 45 anos. O diagnóstico da próstata é realizado por meio do exame de toque e da dosagem do PSA no sangue.

Alfredo Canalini, presidente da SBU, enfatizou a importância de hábitos saudáveis, como parar de fumar, manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regular e evitar a obesidade. Além disso, ele incentivou visitas regulares ao médico, mesmo na ausência de sintomas, para o diagnóstico e tratamento precoces, que ajudam a controlar doenças e prevenir complicações.