Um nódulo na glândula tireoide é nada mais que uma massa de tecido que cresceu por conta dos próprios hormônios produzidos pelo órgão. De acordo com o metabologista César Penna, cerca de 90 a 95% de todos os nódulos da tireoide são provocados por alterações benignas (ou seja, não contêm câncer), e não são prejudiciais ou perigosos.
“Nódulos de tireoide são extremamente comuns; são áreas de crescimento exagerado, que se diferenciam do restante da tireoide e podem ter vários tamanhos, desde alguns milímetros até vários centímetros de diâmetro. Muitas vezes o paciente não precisa temer que seja um câncer”, relata.
Os nódulos podem ser encontrados pelo médico quando ele examina a glândula ou quando ele solicita um exame de ultrassom. Entretanto, a maioria dos nódulos descobertos pelo ultrassom é pequena, menor que 1 cm e muitas vezes nem consegue ser encontrado com a palpação.
“Até metade dos indivíduos adultos pode apresentar algum tipo de nodulação na tireoide, se submetidos a um exame de ultrassom – a grande maioria deles sem qualquer significado clínico. Todo nódulo na tireóide merece uma avaliação por um médico endocrinologista, devido à possibilidade (pequena, mas não desprezível) de abrigar um câncer”, ressalta.
Segundo o médico, alguns exames, principalmente a punção aspirativa da tireoide com agulha fina (PAAF), podem revelar com bastante segurança se um determinado nódulo é perigoso ou inocente e, assim, ajudar a definir qual é o melhor tratamento. No caso de nódulos pequenos, benignos, pode não ser necessário tratamento nenhum (apenas a observação).
O câncer de tireoide é comum?
Considerando todas as pessoas que têm nódulos palpáveis na tireoide, cerca de 4% das mulheres e 8% dos homens têm câncer. O câncer é o tumor maligno mais comum das glândulas endócrinas.
Alguns exames podem ser usados para essa diferenciação:
Punção aspirativa da tireoide com agulha fina (PAAF) – consiste na retirada de uma pequena quantidade de material através de uma punção com uma agulha fina, através da pele. O material é então examinado com microscópio, como se fosse uma pequena biópsia. É o melhor exame para definir se o nódulo é benigno ou maligno, tendo uma percentagem muito pequena de erro (em torno de 1%). Pode ser feito com ou sem anestesia local, no consultório médico, e comumente produz apenas um pequeno desconforto (devido à agulha);
Cintilografia de tireóide – é uma fotografia radioativa, tirada após a administração de algum composto radioativo que se concentra principalmente nessa glândula (como o iodo radioativo ou o tecnécio). A cintilografia permite saber se um nódulo está funcionando normalmente. Nódulos que não funcionam (ou seja, não produzem hormônios) são chamados nódulos frios e apresentam uma chance maior de abrigar um câncer. Nódulos que funcionam normalmente ou que funcionam mais que o restante da glândula (nódulos quentes) tem uma chance muito menor de ser câncer;
Ultrassom de tireoide – é um exame que revela o tamanho, a presença de nódulos e as características estruturais desses nódulos (tamanho, forma, contornos, e se contêm líquido ou não). Trata-se de um exame simples, barato e que traz muitas informações importantes, que podem ajudar o médico a avaliar se um nódulo tem maior ou menor chance de ser maligno;
Exames de sangue – TSH, anticorpos, calcitonina.
Dos exames acima, o único que pode dizer com certeza se o nódulo é maligno ou não é a punção aspirativa. Os demais exames ajudam a aumentar ou diminuir a suspeita de câncer, mas não trazem informações definitivas, devendo ser complementados (em muitas vezes) por um exame de punção.