A Disney anunciou novo investimento bilionário para a divisão de parques temáticos e cruzeiros. Segundo os dados divulgados, serão investidos cerca de 60 bilhões de dólares nos próximos 10 anos. A ação marca o retorno do foco da empresa para a experiência imersiva dos fãs, uma de suas principais fontes de receita, após resultados desanimadores de suas outras aplicações.
A gigante do entretenimento divulgou em setembro deste ano, como parte do relatório enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission), seus novos planos de investimentos. A previsão é que sejam dedicados 60 bilhões de dólares para parques temáticos, cruzeiros, produtos e atividades de experiência similares.
Essa aplicação de recursos será realizada na próxima década nos serviços norte-americanos e internacionais da empresa. Um dado interessante é que o valor total a ser empregado nesse novo período é equivalente ao dobro do que foi utilizado nos últimos 10 anos.
A nova empreitada da Disney ilustra sua necessidade de voltar a atenção para os setores mais lucrativos da companhia. A divisão de parques temáticos e cruzeiros é uma de suas áreas mais rentáveis e, também, é considerada como um retorno “fácil”, tendo taxas mais que satisfatórias de conversão.
A medida vai em contramão com a atuação da multinacional nos últimos anos. Por um período, o foco da Disney foi de ampliar as produções cinematográficas e televisivas, assim como a construção de suas próprias plataformas de streaming.
Esse investimento e a aquisição da Fox foram altamente custosos e ajudaram a consolidar a Walt Disney Company como o maior conglomerado de mídia do mundo em receita. Apesar disso, nem mesmo a casa do famoso Mickey Mouse conquistou o retorno esperado, incentivando o atual realinhamento de suas estratégias.
Atualmente, a empresa possui cerca de mil hectares disponíveis para implementar expansões em seus parques ao redor do mundo. Segundo nota da empresa em seu site oficial, essa área disponível é o equivalente a 7 novos parques. A Disney possui, até o momento, 12 instalações em 6 localizações diferentes.
Disney e seu potencial de histórias
Os executivos da empresa acreditam que existe um grande potencial de ampliação de público para os parques temáticos e cruzeiros. A ideia central é atrair mais fãs que ainda não são visitantes frequentes de suas atrações. Apesar disso, especialistas acreditam que a sua estratégia tem caminhado a passos lentos sem um plano concreto.
Grande parte do sucesso da Disney se deve a sua capacidade de criar experiências imersivas para fãs, expandir universos e enriquecer histórias. No entanto, algumas produções de sucesso dos últimos anos ainda não possuem instalações inspiradas em seus enredos, o que mostra perda do timing correto e pode desestimular visitas.
No caso de Frozen e Zootopia, que figuram entre os filmes de animação mais bem sucedidos da história e arrecadaram mais de um bilhão de dólares em bilheteria, algumas instalações estão em desenvolvimento. Enquanto Frozen será tema de cenários em Hong Kong, Paris e Tokyo, Zootopia receberá um novo espaço em Xangai.
Já Wakanda, pertencente ao universo de Pantera Negra, ainda não possui um projeto em andamento para ser apresentada ao público. Essa terra fantástica e repleta de tecnologia é o exemplo perfeito de tema que atrairia um grande número de visitantes aos parques todos os anos. A lentidão para traçar um esboço de sua representação pode ser considerada uma referência de deslize da multinacional.
Para correr atrás do tempo perdido, a Disney investiu pesado na expansão de suas histórias de maior sucesso, traduzindo seus atrativos para a linguagem dos parques temáticos. Para aproveitar essas novas mudanças, é bom investir em um curso de inglês e se planejar financeiramente para, no futuro, visitar alguma de suas instalações internacionais e garantir a experiência dos sonhos.