Após se entregar nessa quarta-feira (08), Harrison Nei Correa Mota disse que a motocicleta usada no dia do crime foi comprada a pedido da assessora de Telmário Mota, Cleidiane Gomes da Costa. Conhecido como “Ney Mentira”, ele é sobrinho do ex-senador e suspeito de planejar a morte de Antônia Araújo Costa.
Ney se entregou por volta das 18h30 no Distrito de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Após ser ouvido pelo delegado João Evangelista, que conduz as investigações, o suspeito concedeu entrevista aos jornalistas que estavam no local.
“Eu comprei a moto e passei para a Cleidiane. Eu já fiz várias coisas erradas, estou pagando e já paguei, não é por isso que vou continuar sendo errado. Eu estava trabalhando na Secretaria do Índio, eu não devo nada”,
disse o suspeito do crime que ocorreu no dia 29 de setembro deste ano.
Ainda durante entrevista, Ney disse que a motocicleta custou R$ 4 mil e ganhou uma comissão de R$ 500, além de que Cleidiane o teria informado que o veículo iria para o interior de Roraima. O suspeito também disse que não se entregou à polícia antes porque não tinha advogado.
“Eu estava no mato, eu estava sem advogado. Liguei para o meu pai e ele disse que iria conseguir [um advogado]. Como não devo nada, vim esclarecer”, reforçou.
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Perguntado sobre a relação com o tio, o ex-senador Telmário Mota, Ney disse que não teve contato com ele. O suspeito foi encaminhado para exame de corpo e delito e deve passar por Audiência de Custódia nesta quinta-feira (09).
Telmário e Antônia
Antônia é mãe da filha de 18 anos de Telmário, a mesma que o acusou de estupro às vésperas das eleições de 2022. O ex-senador é suspeito de encomendar a morte da mulher, ocorrida em 29 de setembro – três dias antes da audiência do processo que apura a conduta de Mota com a garota, que tinha 17 anos na época da denúncia.
Após o crime e investigação, o ex-senador está preso em Goiás desde o dia 30 de outubro. A Polícia Civil ainda realiza o processo para recambiamento de Telmário para Roraima.