Uma auxiliar de serviços gerais, de 48 anos, acusa o psicólogo de ter estuprado o filho dela, de 12 anos. A mulher procurou a FolhaBV para pedir justiça, pois, de acordo com ela, já fazem dois meses que procurou os órgãos competentes e o suspeito segue solto. Ela também afirma que o suspeito possui contra si outras acusações relacionadas ao mesmo crime.
O caso veio à tona após a vítima mudar o comportamento dentro de casa, na escola, perder peso, ter ansiedade e inquietação, o que motivou a preocupação da mãe, que passou a investigar o que estava acontecendo e teve apoio da gestão escolar.
De acordo com o relato à reportagem, o menino morava com o pai em outro estado e após a morte do homem, ele retornou a Boa Vista e passou a morar com a mãe em uma vila, no bairro dos Estados, mesmo local onde mora o suspeito.
Nesse período, o psicólogo que era vizinho da mãe da criança, se aproximou do menino. “Ele se aproveitou da fragilidade do meu filho. Ele era uma pessoa da minha confiança, pois eu o conhecia há muitos anos, fomos da mesma igreja e já foi o meu psicólogo”, disse a mulher.
Ainda segundo ela, o suspeito dava dinheiro escondido para a vítima. Em uma das vezes, chegou a dar R$ 200 para o menino arrumar a bicicleta.
“Em uma das vezes que eu soube, chamei a atenção dele [o suspeito] e disse que não era para fazer isso, pois o meu filho não estava passando por dificuldades em casa”, afirmou.
DESCOBERTA
Para investigar o que estava acontecendo com o filho, a mulher conta que teve que se ausentar do trabalho por várias vezes e, por isso, acabou sendo demitida.
“Eu tinha que saber o que estava acontecendo com o meu filho. Emprego eu posso conseguir outro. Após descobrir o que estava acontecendo, tive que ir em vários lugares como a Delegacia de Polícia, Hospital da Criança, IML, Conselho Tutelar, Ministério Público e o local onde eu trabalhava não entendeu”, desabafou.
A mulher relatou à direção da escola do menino o que estava ocorrendo e a equipe gestora iniciou uma apuração. Inclusive, realizando projetos pedagógicos com a vítima.
Depois de várias tentativas, durante a leitura de um termo da escola a vítima relatou o que vinha acontecendo. “Após essa leitura, ele chorou e era como se tivesse caído a ficha do que estava acontecendo com ele”, disse a mulher.
POLÍCIA
Após descobrir o caso, a mulher procurou a Delegacia da Polícia Civil e registrou um Boletim de Ocorrência. Mas até o momento, o suspeito não foi ouvido pelo delegado.
Ainda de acordo com ela, um Oficial da Polícia Civil informou não ter encontrado o endereço de do suspeito.
“Como o Oficial de Justiça não achou o endereço? Existe GPS e lá não é difícil de achar. Já fazem dois meses que registrei o B.O. e nem ouvido ele foi. Isso é muito revoltante”, destacou.
OUTRO LADO
Em nota, a Polícia Civil informou que as investigações estão sendo realizadas pela equipe do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente e estão adiantadas e em fase de conclusão.
“A Polícia Civil esclarece ainda que a demora no processo reflete a complexidade inerente a investigações desta natureza. Todos os esforços para finalizar esse caso foram envidados, tais como a instauração de inquérito policial, oitivas das partes envolvidas e emissão de laudos periciais.
Quanto à localização do suspeito para ser qualificado e interrogado, a Polícia Civil informa que as diligências estão em andamento, pois até a presente data ele não foi localizado.
A Polícia Civil reafirma seu comprometimento com a transparência e responsabilidade em agir efetivamente, ao abordar temas sensíveis como este e reitera que a investigação está em fase de conclusão”.
ONDE DENUNCIAR
Os pais e responsáveis de crianças e adolescentes vítima de violência sexual, devem procurar o Conselho Tutelar, o Disk 100, que é um serviço do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, que funciona 24h por dia e as ligações são gratuitas. Além do Creas e Delegacias de Polícia, da Polícia Civil.