OPINIÃO

Transtorno de escoriação: o sofrimento psicológico que fica marcado na pele

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.” (Filipenses 4: 6 e 7)

O transtorno de escoriação é caracterizado por escoriações recorrentes da pele, ocasionando lesões percebidas, às vezes, em grandes quantidades nela.

Esse transtorno se caracteriza pelo comportamento de beliscar, morder ou espremer a própria pele, fato esse que acaba produzindo sérias lesões no corpo, as quais produzem muito sofrimento ao paciente e a família, prejuízos esses muito graves, tanto na vida pessoal como na vida familiar e social.

A pessoa que tem esse transtorno tenta repetidas vezes cessar esse comportamento, mas não é fácil dar um fim a esses atos.

Vários são os fatores, os quais desencadeiam esse problema. Geralmente, ele aparece em pessoas ansiosas, sendo essa uma característica mais comum, pois o paciente quando age dessa forma imagina que irá aliviar a sua tensão.

A existência de condições sociais e psicológicas pode aumentar a chance de desenvolver esse distúrbio. O paciente que apresenta esse transtorno fere a pele de forma recorrente, resultando em lesões, muitas vezes graves. Ele tenta, às vezes, reduzir ou parar com esse comportamento, porém não consegue. O ato de provocar lesões de pele causa muito sofrimento.

A idade média para início desse comportamento geralmente, é aos doze anos, mas há relatos de sua iniciação começar mais cedo ou bem mais tarde. Esse transtorno é mais comum no sexo feminino e é associado a problemas psiquiátricos, a saber: transtornos afetivos; ansiedade; impulsividade e, entre outros, Ideação suicida.

A psicoterapia é muito importante no tratamento desse transtorno. Dessa forma, o indivíduo aprende a trabalhar o controle de seus impulsos para retomar à vida funcional. Portanto, esses pacientes devem ser tratados por um psicólogo e também por psiquiatra. A família não pode se esquecer de que esse transtorno mental é muito grave e por isso quanto mais cedo o paciente for tratado, mais chance terá de se curar.  

Marlene de Andrade

Médica formada pela UFF

Título em Medicina do Trabalho/ANAMT

Perita em Tráfego/ABRAMET

Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED

Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP

Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL

CRM-RR 339  RQE 431