O presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, vereador Genilson Costa (Solidariedade), enviou ofício às autoridades municipais, estaduais e federais para cobrar solução urgente sobre o agravamento dos impactos da migração venezuelana em Roraima. No documento, ele cita a falta de vagas em escolas e hospitais, porque as unidades não suportam mais atender a alta demanda.
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Costa menciona o aumento diário da chegada de estrangeiros ao Estado e, consequentemente, do número de pessoas que vivem em situação de rua e do aumento de crimes praticados por venezuelanos, além do fechamento de três abrigos da Operação Acolhida. “Todos esses fatos não são novidade para todo o Brasil, mas nos últimos meses, a situação têm se agravado bastante”, disse o vereador. “Este ofício manifesta a opinião unânime dos parlamentares”.
O ofício foi enviado ao prefeito Arthur Henrique (MDB), ao governador Antonio Denarium (Progressistas), ao presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), e aos deputados federais Albuquerque (Republicanos) e Gabriel Mota (Republicanos), e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O último levantamento da Organização Internacional para as Migrações (OIM), divulgado em setembro, aponta a existência de 3.201 migrantes e refugiados fora dos abrigos em Boa Vista, e 2.585 desabrigados em Pacaraima.
Do início da crise, em 2017, até agosto de 2023, o Brasil registrou 964.043 entradas de venezuelanos no território nacional (a maioria por Pacaraima) – sendo 17.690 só em agosto passado -, e 464.393 saídas. E de abril de 2018 a outubro de 2023, 117.605 venezuelanos foram beneficiados com a interiorização.
Membro da Comissão Mista Permanente sobre Migrações do Congresso Nacional, Mota disse endossar a urgência solicitada pela Câmara para resolver o problema que impacta não só a Saúde e a Educação, mas todos os outros setores da sociedade roraimense.
“A gente tem cobrado constantemente pra que o governo federal tome providências, principalmente, sobre a contrapartida da União para o Estado e a Prefeitura de Boa Vista, que lidam diretamente com o problema e o governo nunca passou”, disse.
A Folha aguarda posicionamento das outras autoridades.