O advogado de Telmário Mota, Bruno Braga, considera “absurda”, “ilegal” e “desproporcional” a decisão judicial que mandou prender o ex-senador preventivamente por suposto estupro contra a filha, ainda adolescente às vésperas das eleições de 2022. A mãe dela, Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, foi assassinada três dias antes de depor a favor da vítima e Mota é apontado como o mandante do assassinato da mulher. Ele já negou as acusações.
Em contato com a Folha, Bruno Braga disse tomar “medidas jurídicas cabíveis” para questionar o mandado de prisão expedido em 14 de outubro pelo juiz estadual Thiago Russi Rodrigues, da Vara de Crimes contra Vulneráveis.
“O juiz justificou o mandado de prisão alegando que o ex-senador teria entrado em contato com parentes da filha no dia do velório da Sra. Antônia”, disse, enfatizando que, na verdade, o irmão da filha de Telmário, por meio da proprietária da funerária, teria entrado em contato com o ex-senador pedindo ajuda para o funeral.
“Telmário não entrou em contato com ele. Passou para outra pessoa intermediar a ajuda financeira sendo que, posteriormente, o rapaz mandou um áudio agradecendo. Apenas isso”, completou o advogado.
O ex-senador está preso desde 30 de outubro pela acusação de ser o mandante do assassinato da mãe de sua filha, hoje com 18 anos. Ele foi levado para a Goiânia na expectativa de ser transferido para Roraima e teve a prisão mantida em audiência de custódia. A transferência dele já foi autorizada.
Também estão presos por suposto envolvimento com o crime: Ney Mentira, sobrinho do político apontado como a pessoa que planejou a morte; e Leandro Luz da Conceição, acusado de efetuar o disparo que matou Antônia. Por sua vez, a assessora do político, Cleidiane Gomes da Costa, usa tornozeleira eletrônica como uma das medidas cautelares pela acusação de ajudar a monitorar a vítima.