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CCJuv, programa da Assembleia Legislativa de Roraima, contribui para formação de profissionais da música

Centro de Convivência da Juventude já atendeu cerca de 200 alunos entre violão, teclado e canto (Jader Souza/SupCom-ALE-RR)
Centro de Convivência da Juventude já atendeu cerca de 200 alunos entre violão, teclado e canto (Jader Souza/SupCom-ALE-RR)

Ana Lua Cardoso, de 8 anos de idade, que faz aulas de violão no Centro de Convivência da Juventude (CCJuv), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), foi influenciada pelo pai a seguir no universo da música. O que ela aprendeu em casa, hoje ganha forma em melodias e acordes e a incentiva a permanecer nas aulas e se tornar uma profissional da música.

Alunos como a pequena Ana Lua, aprendem musicalidade (Jader Souza/SupCom-ALE-RR)

“Meu pai passou para mim esse amor pelo violão. Ele tocava e me ensinou algumas notas e passei a gostar do violão. Um dia minha mãe viu que tinham aberto vagas e eu disse que queria fazer. Eu gosto muito do violão, porque ele me acorda. É um instrumento legal e importante. Aprendo muito, ouvimos músicas e o professor é legal”, fala Ana Lua, que aprendia sobre acordes no momento da entrevista.

Assim como com Ana, a música está presente no cotidiano das pessoas. Todos nós temos nossa playlist favorita e preferimos um estilo musical a outro. Contudo, para que tudo isso exista, é necessário o profissional da música. Por isso, esta quarta-feira, 22 de novembro, é Dia do Músico, aquele que se dedica aos instrumentos, vozes e produções.

Teclado está entre as aulas favoritas de Luiz Felipe (Jader Souza/SupCom-ALE-RR)

Para ajudar no sonho de centenas de crianças, adolescentes e adultos a se tornarem um profissional da música, o CCJuv oferece gratuitamente aulas de violão, teclado e coral. Cerca de 200 alunos já foram atendidos nas três modalidades neste ano. Um deles é Luiz Felipe.

Lusineth, mãe de Luiz Felipe, comemora a evolução do filho (Jader Souza/SupCom-ALE-RR)

“Desde pequeno, ele sempre foi apaixonado pela música. Via o tio tocando, na igreja via os músicos tocando, o objeto que pegava era para fazer o gesto do violão, da bateria e da guitarra. Surgiu essa oportunidade e o trouxemos. O professor disse que, nas primeiras instruções, ele já pegou, entendeu as notas”, acrescenta Lusineth Nascimento, mãe de Luiz Felipe.

Transformação social

Presidente da ALE-RR enfatiza a importância dos profissionais da música na formação de crianças e jovens (Jader Souza/SupCom-ALE-RR)

O braço social do Poder Legislativo tem promovido cidadania e transformado vidas. Para o presidente da ALE-RR, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), os profissionais da música do Centro de Convivência da Juventude também têm importante papel de responsabilidade social.

“Muitas crianças e adolescentes têm vontade de aprender a tocar um instrumento e sonham em ser um grande profissional da música. Quando oportunizamos essas aulas de maneira gratuita, reafirmamos nosso compromisso com a inclusão social. O músico faz parte da nossa vida, permitindo que tenhamos experiências importantes a partir da música”, declara Sampaio.

O poder de transformação através da música permite que crianças e adolescentes, principalmente de regiões mais vulneráveis, tenham a oportunidade de melhorar a vida deles e da família por meio da música. Essa é a avaliação do professor de violão do CCJuv, Gilson Larialpe Ferreira, que atua no ramo há 30 anos.

Professor Gilson se dedica há mais de 30 anos à música (Jader Souza/SupCom-ALE-RR)

Ferreira lembra que percebeu a vocação quando foi trabalhar com alunos de uma escola em Parintins, interior do Amazonas. Lá, percebeu que, mesmo em meio à vulnerabilidade, a comunidade escolar recebia os ensinamentos com atenção e bom grado. Foi então que notou o que denomina de “missão e vocação” para o ensino da música.

“Já toquei em banda, eu estive em palco por muitos anos, mas prefiro ensinar, estar na sala de aula com crianças e adolescentes, porque me sinto mais feliz. A música justifica minha existência. Fui trabalhar em Parintins, numa escola sem recursos, e percebi que gostava de estar ali, ensinando o que sabia, e eles recebiam bem aquilo, valorizavam muito. Então vi que era uma missão, uma vocação, mostrar que a música é uma ferramenta de transformação espiritual, emocional, cultural, psicológica”, declara.

Do mesmo sentimento compartilha o professor de teclado do CCJuv, Fabiano Santos. Há mais de dez anos atuando no campo da música, com ênfase no teclado, violão e voz, o profissional afirma ser uma honra transmitir o conhecimento para crianças e adolescentes, de maneira didática e divertida, ensinando desde canções simples, como o famoso “Parabéns para você” até as melodias clássicas de Mozart.

Fabiano se dedica ao ensino de teclado, violão e canto ((Jader Souza/SupCom/ALE-RR)

“A música é para sempre, você aprende hoje e ela permanece na sua vida, passando de geração em geração. É algo extraordinário. A música trabalha a comunicação, a autoestima e a socialização. Sempre digo aos meus alunos que, se vocês aprenderem a tocar um instrumento, executarem de maneira bonita, serão vistos diferentes das pessoas comuns. O artista será visto como alguém interessante por tocar um violão, um teclado, as pessoas se aproximam, vão admirar”, enfatizou Santos.

Camille Gómez, de 11 anos, faz aulas de teclado no CCJuv. O sonho é, no futuro, tocar para uma grande plateia. Hoje, a rotina está dividida em ir para a escola pela manhã, chegar, se arrumar e correr para a aula do instrumento de teclas.

Camille sonha em tocar para um grande público (Jader Souza/SupCom-ALE-RR)

“Desde pequena, via as pessoas tocando, e, quando vi que tinha aulas [no CCJuv], meus pais me inscreveram. As aulas são boas, tenho aprendido bastante, vou levar para o resto da vida. Sempre tive apoio dos meus pais, eles dizem que estou evoluindo, sempre me acompanham. Eu desejo muito isso, tocar para um grande público”, acrescenta Camille.

Formação profissional

A inserção do ensino na infância e na juventude é fundamental para quem deseja ingressar na carreira e se tornar um músico profissional. Atualmente, o curso de Música da Universidade Federal de Roraima (UFRR) é o único presencial no Estado. Desde a fundação, há dez anos, já formou quase 40 profissionais, licenciados principalmente para atuação na Educação Básica. No total, o curso tem outros 195 graduandos ativos.

O professor doutor Wenderson Oliveira, coordenador do curso de Música da UFRR, explica que o ensino na instituição está direcionado ao canto, piano, violão, instrumentos de sopro e aos de corda friccionada (violino). Oliveira enfatiza que a presença dos profissionais músicos é primordial nos espaços que ajudam na construção social e humanística das pessoas, como as escolas.

Professor doutor Wenderson Oliveira fala da formação profissional da música (Jader Souza/SupCom/ALE-RR)

“A sociedade se organiza a partir dos sons que ela pensa e pratica. Ou seja, todas as sociedades complexas utilizam a música como um meio de comunicação e sociabilidade. Quando a gente pensa numa profissionalização em música, estamos pensando no profissional que vai ser responsável por decodificar e compreender como a música, dentro daquela sociedade, se organiza. Uma pessoa que vai produzir conhecimento a partir da análise do som, de como a cultura e o som se entrelaçam”, explica o coordenador.

Sobre o preconceito que a área da música sofre, principalmente relacionado à questão financeira, o professor doutor esclarece que é preciso desconstruir esse pensamento de que a música está ligada majoritariamente à produção de capital. Segundo ele, a formação está vinculada à produção de conhecimento, com foco em contribuir para uma sociedade mais humana, onde o trâmite capital seja o mote para que as relações se desenvolvam.

“Não estou dizendo para abdicar da questão financeira, não se trata disso, mas há espaço específico para os trabalhos em música que dão retorno financeiro. Há pessoas, como eu, que dedicam a vida à música. Há quem se dedica a fazer música para cinema, para comerciais, pessoas famosas, como Anitta, que ganham dinheiro com a música; há quem compõe, como a saudosa Marília Mendonça; há quem escreva apenas partituras; quem apenas produz outras pessoas. Quando falamos que música não dá dinheiro, de que música estamos falando? De que profissão e dinheiro estamos falando?”, chama à reflexão.

Wenderson mencionou ainda que têm surgido novas possibilidades dentro da música, como composições para jogos e desenhos animados. “O relacionamento com sons é fruto de alguém que é um profissional da música. Acredito que conseguimos desmistificar que música não dá dinheiro. Dá dinheiro. Depende do setor que você quer”, conclui.

SupCom ALERR