ECONOMIA

Para zerar déficit das contas, Lula veta prorrogação da desoneração da folha

Benefício fiscal concedido aos 17 setores que mais empregam no Brasil substitui contribuição previdenciária patronal de 20% por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial dos 100 dias de governo (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial dos 100 dias de governo (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu vetar integralmente o projeto que prorrogaria a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia até 2027. O veto foi publicado nessa quinta-feira (23), em edição extra do Diário Oficial da União.

Adotada desde 2011, a desoneração da folha de pagamentos é um benefício fiscal que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre a folha de salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.

Na prática, a medida reduz a carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas. O benefício, porém, perde a validade no fim deste ano.

O assunto, porém, é politicamente delicado. Há forte pressão dos 17 setores pela desoneração, e o Congresso também poderá ter votos suficientes para derrubar o veto e restituir o benefício às empresas.

Segundo o Estadão Conteúdo, o entorno de Lula nos últimos dias já dava praticamente como certo o veto ao aumento da desoneração das empresas de ônibus e achava provável que o desconto na contribuição previdenciária de municípios também fosse vetado. O trecho, que desonera prefeituras de municípios com até 142 mil habitantes, foi incluído pelo Senado no projeto – em Roraima, isso abrangeria os 14 municípios do interior.

O veto à desoneração dos 17 setores da economia que mais empregam, porém, estava em aberto e só foi definido nessa quinta, último dia do prazo para Lula tomar uma decisão. A escolha de Lula é uma vitória para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em seu esforço para perseguir a meta de zerar o déficit das contas públicas em 2024.

Confira os setores afetados

  • Confecção e vestuário
  • Calçados
  • Construção civil
  • Call center
  • Comunicação
  • Empresas de construção e obras de infraestrutura
  • Couro
  • Fabricação de veículos e carroçarias
  • Máquinas e equipamentos
  • Proteína animal
  • Têxtil
  • TI (tecnologia da informação)
  • TIC (tecnologia de comunicação)
  • Projeto de circuitos integrados
  • Transporte metroferroviário de passageiros
  • Transporte rodoviário coletivo
  • Transporte rodoviário de cargas