JESSÉ SOUZA

Ratos voadores e o papel de fiscalizar que não está sendo cumprido pelos vereadores

Pombos podem transmitir até seis tipos de doenças graves direta e indiretamente por meio de seus excrementos (Foto: Divulgação)

Enquanto vereadores simplesmente desaparecem e ressurgem somente em ano eleitoral; ou, quando aparecem, protagonizam cenas lamentáveis de bate-boca em plenário, os problemas cujas soluções deveriam estar sendo pensadas por eles seguem se ampliando em Boa Vista. Um exemplo é a infestação de pombos em locais públicos.

Nos últimos anos, a população de pombos cresceu e se avolumou principalmente em locais de concentração pública onde há venda de alimentos. O Mercado de São Francisco, no bairro do mesmo nome, é um deles. As aves fazem voos rasantes sobre a cabeça dos consumidores e entre as mesas dos quiosques de venda de comida em busca de alimentos.

Outro ponto onde esses “ratos de asas” se proliferam é na Praça João Mineiro, localizada também no bairro São Francisco, em frente ao Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, que está em uma reforma interminável. Naquele local, frequentam crianças e ainda existe um quiosque de venda de café da manhã onde os pombos igualmente perturbam e representam uma ameaça à saúde pública.

Por mais que nesses pontos os proprietários de quiosques tomem providências para evitar a presença de animais, fica impossível controlar a situação devido aos alimentos que normalmente caem no chão. Muitas vezes, as aves esperam que as mesas fiquem livres para que eles avancem sobre os restos de alimentos.

Já que não fazem muita coisa, a obrigação dos vereadores é estar atentos a esses e outros problemas para que proponham soluções. Até porque alguns deles frequentam esses dois locais citados acima, onde a clientela se diversifica e  onde assalariados e os que se dizem classe média transitam, além de políticos que chegam a promover encontros informais nesses locais.

Pombos podem até ser engraçadinhos e fofinhos, mas são uma grande ameaça à saúde pública, podendo ser transmissores de doenças por meio do contato com as fezes, de forma direta ou indireta, uma vez que os excrementos podem secar e virar pó, que podem ser inalados pelas pessoas ou contaminar objetos, superfícies, água ou alimentos.

Logo, os vereadores deveriam estar fazendo esse papel de fiscalizar e propor às autoridades sanitárias que tomem providências a fim de monitorar e controlar a proliferação de pombos em locais que representam ameaças à saúde coletiva em locais de concentração de pessoas, incluindo aí trabalhos de orientação ao público e métodos de controle nos prédios públicos. Ou só vão agir quando o pior acontecer?

*Colunista

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