SETOR DA CONSTRUÇÃO

Saco de cimento chega a custar R$80 em Roraima por causa de seca no Amazonas

De acordo com alguns distribuidores, os insumos para a produção chegam em menor quantidade no estado, mas com frete normal

O principal material do setor da construção atualmente tem sido comercializado com valores entre R$ 70 e R$ 80. (Foto: reprodução)
O principal material do setor da construção atualmente tem sido comercializado com valores entre R$ 70 e R$ 80. (Foto: reprodução)

Nos últimos meses, Roraima tem passado por aumento no preço do cimento vendido direto ao consumidor. No entanto, devido à seca no Amazonas, o principal material do setor da construção atualmente tem sido comercializado com valores entre R$ 70 e R$ 80.

As observações são de moradores, distribuidores de cimento e do Sindicato da Indústria e da Construção Civil do Estado de Roraima (SindusCon-RR). De acordo com alguns distribuidores, os insumos para a produção do cimento chegam ao estado em menor quantidade devido à seca na região Norte, o que tem ocasionado a falta do material e, consequentemente, o aumento do preço na fábrica, uma vez que o valor do frete se manteve.

Segundo o presidente do Sindicato, Clerlânio Fernandes de Holanda, Roraima já tem o custo de construção mais caro por metro quadrado do Brasil. Com o aumento e a carência do cimento no estado, algumas empresas já estariam diminuindo o ritmo de produção e alterando os prazos de obra.

“Em função da logística, distância dos grandes centros produtores, nosso custo nos principais insumos do setor, seja ele o cimento, o aço e muitos produtos, chegam a um preço bastante caro ao nosso estado. Com a seca dos rios do Amazonas, isso fez com que agravasse a situação e o preço do principal insumo da construção, que é o cimento, passasse dos R$ 58, R$ 60, que era o que custava no mercado. Hoje se fala e já vi pessoas comprando até de R$ 70,00 o saco”, afirma o Holanda.

Para o presidente, com a situação do cimento no estado, será preciso analisar soluções. “Não só em função da estiagem, mas para que não aconteça um cartel, que as obras não parem e que não aumentem o desemprego no setor”, completa Clerlânio.

Residências

Construção de casas também sido paradas por conta do valor do cimento. (Foto: Arquivo pessoal/Jailson Souza)

O designer gráfico, Jailson Souza, também confirma o alto custo do material. Conforme ele, que está realizando a construção da casa própria, teve que parar o serviço de reboco pela metade porque não conseguia mais investir nos sacos de cimento.

“Para quem ganha um salário mínimo e com esse aumento, o sonho de terminar a minha casa teve que dar uma pausa. Até agora deu para fazer apenas o reboco interno. O lado externo vai ter que esperar”, brinca Souza.