As comissões da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais e de Minas e Energia da Câmara dos Deputados marcaram para terça-feira (5), às 15h (de Brasília), audiência pública para discutir o restabelecimento da importação da energia elétrica da Venezuela para o Estado de Roraima, e solicitar esclarecimentos do Governo Lula.
O pedido para realizar o encontro é do deputado federal Defensor Stélio Dener (Republicanos-RR), que cita preocupação de Roraima com o novo contrato de importação da energia do País vizinho, por meio do Linhão de Guri.
“Essa inquietação decorre justamente do histórico do contrato anterior, que foi interrompido por conta da ineficiência e baixa qualidade da energia fornecida. Foram mais de 200 apagões em um período de quatro anos. O contrato que era para ser finalizado em 2021, foi encerrado em 2019 por essa grande instabilidade”, destacou o parlamentar membro da comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais.
Dos convidados para a reunião, estão: o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi e o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval de Araújo Feitosa Neto.
“Queremos transparência e, sobretudo, segurança de que os consumidores terão uma energia de qualidade e eficiente. É inadmissível que o Estado ainda enfrente essa realidade para garantir seu desenvolvimento econômico e fortalecimento regional”, afirmou Stélio Dener.
Único Estado não ligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN), Roraima é abastecido exclusivamente por usinas termelétricas desde 2019. Na época, o Governo Bolsonaro descontinuou o fornecimento elétrico da Venezuela após o País vizinho registrar grande sequência de apagões (83 em 2018 e 14 no início de 2019) e em meio ao choque diplomático com a ditadura de Nicolás Maduro.
O problema se atenuou nos anos seguintes com a chegada de novas usinas termelétricas a Roraima, enquanto não se concretizava a construção do Linhão de Tucuruí – autorizada desde outubro de 2022 -, que promete acabar com o isolamento elétrico do Estado até 2026.
O Governo Lula, que restabeleceu as relações entre Brasil e Venezuela, negocia retomar o fornecimento venezuelano, como forma do País pagar o calote que tem com o Brasil, pelo menos até que as obras das linhas de transmissão terminem.