O Ministério de Minas e Energia (MME) concordou em realizar pesquisas para explorar petróleo e licitar dois blocos da bacia sedimentar do rio Tacutu, informou o deputado federal Gabriel Mota (Republicanos-RR) após se reunir com o diretor de Combustíveis Derivados do Petróleo, Renato Dutra. A bacia compreende as cidades de Boa Vista, Bonfim e Normandia.
Segundo o parlamentar, para o assunto avançar no Governo Lula, resta o consentimento do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), liderado por Marina Silva. A Folha procurou as assessorias das pastas sobre o assunto e aguarda retorno.
Atualmente, o projeto para explorar a bacia aguarda órgãos responsáveis a emitirem diretrizes ambientais e a manifestação conjunta ministerial de Minas e Energia, e do Meio Ambiente. Depois, restarão mais seis etapas:
- Avaliação geológica e econômica;
- Atualização e publicação da minuta de edital de licitação;
- Consulta e audiências públicas conduzidas pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) sobre o edital;
- Análise e contribuições para atualizar o edital;
- Análise do TCU (Tribunal de Contas da União);
- Publicação do edital do processo licitatório disponível da Oferta Permanente de Concessão (OPC).
“Se Deus permitir, Roraima vai explorar petróleo. Tenho certeza absoluta que a gente vai criar uma nova matriz econômica pro Estado. Pra mim, é a saída a média e curto prazo para se desenvolver”, avaliou Gabriel Mota.
Petróleo em Roraima
Segundo a ANP, estudos preliminares apontam a possibilidade de descobertas de petróleo e gás natural na região, o que poderia incentivar a produção de energia por termelétricas. Em 2013, pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) encontraram folhelhos negros na bacia do Tacutu, o que é um forte indício de que há reservatório de petróleo na região.
Nas pesquisas de campo feitas na região, os pesquisadores também encontraram fósseis de esponjas, o que indica que a bacia sedimentar é marítima. Até 2014, a bacia do rio era considerada como continental sem indício de mar.
Pelas pesquisas iniciais, os fósseis têm aproximadamente 160 milhões de anos, e correspondem ao período jurássico superior ou até cretáceo inferior. A descoberta reforça as pesquisas que indicam a presença de petróleo na região. Em 2020 um estudo realizado pela UFRR sobre a possibilidade de haver petróleo e gás natural na bacia geológica do rio Tacutu foi credenciado pela ANP a continuar os trabalhos sobre o potencial.