Em entrevista ao programa Agenda da Semana da Rádio Folha FM desse domingo (3), o professor doutor Vladimir Souza, do Instituto de Geociências da UFRR (Universidade Federal de Roraima) falou que na bacia do Tacutu há pesquisas que indicam a presença de rochas petrolíferas. “Tem pré-sal na bacia do Tacutu inclusive quem mora em Normandia reclama da salobra, isso é o sal”, destacou.
A bacia do Tacutu tem cerca de 300 km de extensão entre Brasil e a Guiana. Região de estudos por pesquisadores, principalmente pela existência de elementos naturais que indiquem a possível presença de petróleo e gás.
Na região Norte do Brasil, duas universidades públicas são cadastradas na Agência Nacional de Petróleo para fazer pesquisas na região, a de Roraima e a do Pará. O professor recordou que o processo para incluir a UFRR iniciou em 2019, foram seis meses até sair a autorização.
Mas os estudos sobre as matérias presentes na bacia iniciaram em 2016, após o recebimento por parte de uma empresa de minério de rochas com características petrolíferas. “Começamos a fazer as análises com parcerias e começaram a surgir dados interessantes. A nossa rocha tem quatro vezes mais hidrocarboneto”, completou Souza.
O interesse de estatais como a Petrobrás apareceu em 2019 quando propôs trabalho em parceria. “A universidade, por muita dificuldade, tem feito esse trabalho. Esse projeto andou e passou por todas as instâncias e o projeto foi bem elogiado”, defendeu.
Em 2020, a ANP anunciou a inclusão da Bacia do Tacutu no leilão para exploração na Norte Oferta Permanente de Concessão. Mesmo com pesquisas em andamento e suficientes para embasar o leilão, a instituição precisa de recursos para avançar para a segunda fase. “Quem acha petróleo é a sonda, nós apontamos as áreas propícias da bacia e essa se estende até o Suriname. Essa seria uma bacia muito especial, estreita, profunda e tem outras particularidades”, continuou.
Vladimir Souza agradeceu o espaço para transparecer e prestar contas dos trabalhos desenvolvidos no campo universitário, da pesquisa e extensão. A bacia Tacutu tem sido objeto de estudo por mestrandos e doutorandos de Roraima para outras instituições do País.