O ouvido é composto de três diferentes partes: o ouvido externo, o ouvido médio e o ouvido interno. A fonoaudióloga Evânia Costa explica que cada um deles tem uma função. “O ouvido externo é localizado na entrada da orelha, onde fica o canal auditivo e onde a cera responsável pela umidade e limpeza é fabricada. O ouvido médio fica localizado atrás do tímpano, e é uma cavidade com ar que recebe e repassa as ondas sonoras. Já o ouvido interno, também chamado de labirinto, é onde fica o caracol (cóclea), responsável por diferenciar e identificar sons, explica.
Segundo a médica, as ondas sonoras são recolhidas pelo ouvido externo e encaminhadas ao tímpano. “As vibrações desse acionam um osso no ouvido médio (estribo), que repassam o som ao ouvido interno. Lá, o som é identificado por pelos e pelo líquido localizado na cóclea, que juntos estimulam as células nervosas do nervo auditivo — que, por sua vez, envia os sinais ao cérebro, que interpreta as informações recebidas e os problemas de audição podem acometer qualquer uma dessas três partes”, complementa.
Em geral, os problemas que envolvem o ouvido externo são os mais simples. Os que acometem os três ossinhos do ouvido médio – martelo, bigorna e estribo – normalmente podem ser resolvidos cirurgicamente, e os piores são os que envolvem o ouvido interno, ou seja, se manifestam nas células ciliadas da cóclea
O médico responsável pelo diagnóstico da surdez e das perdas auditivas é o otorrinolaringologista. De maneira geral, este especialista trata das doenças dos ouvidos, nariz e garganta. “Normalmente, quando o paciente chega ao consultório já percebeu e costuma relatar algum problema auditivo. As queixas podem ser: ouço o que as pessoas dizem, mas não entendo. Ou, minha família diz que escuto a TV em um volume muito alto e não escuto quando chamam”, explica Evânia.
Para fazer um diagnóstico da surdez, o otorrinolaringologista analisa diversos pontos, como a história do paciente e o histórico familiar dele, e faz alguns testes para identificar se realmente a perda auditiva existe. Exames com equipamento especial podem ser necessários para avaliar a audição, sendo a audiometria o mais importante. Nesses casos, a solução pode ser utilizar próteses que ajudem a amplificar os sons e melhorem a qualidade auditiva.
Aparelhos auditivos
Das mais diferentes formas e com funções adaptáveis para cada problema, os aparelhos auditivos estão cada vez mais discretos e eficientes, os modernos são digitais e bastante potentes, capazes de amplificar o som e alcançar até 140 decibéis – um grande avanço desde que surgiram.
Para a fonoaudióloga se a lesão que envolve a cóclea for muito grande e a perda auditiva de grau profundo, às vezes não é possível obter uma resposta satisfatória apenas com os aparelhos auditivos de amplificação sonora convencional, e o paciente é encaminhado para um implante coclear. “Apesar da evolução na estética e no próprio funcionamento dos aparelhos, ainda existe grande resistência de muitas pessoas que possuem a diminuição da audição, mas hesitam em fazer uso de um aparelho auditivo. É preciso sim fazer uma avaliação e começar a utilizar o aparelho auditivo quando for o caso e o quanto antes, evitando a privação de estímulos sonoros da área cerebral auditiva”, ressalta.
O especialista vai saber o tipo e grau da perda auditiva e as repercussões desta deficiência na vida do paciente e indicará a melhor solução para cada caso. Essa questão é extremamente individual, e dificilmente um mesmo aparelho com a mesma regulagem serve para duas pessoas diferentes, assim como um par de óculos. “Os benefícios do aparelho auditivo: evita declínio cognitivo, melhor qualidade de vida com uso de aparelho auditivo, Afastar doenças como o Alzheimer, melhorar a integração familiar, melhora da compreensão da fala, melhora da percepção sonora, Melhora da localização sonora, mudança de comportamento e dentre outros”.
Quando usar aparelhos auditivos?
Segundo Evânia Costa, saber quando usar aparelhos auditivos pode ser complicado. O processo de perda da audição costuma acontecer de forma lenta e indolor. É importante saber que essa condição pode acontecer por diferentes causas: reações a remédios, doenças, hereditariedade, exposição excessiva etc. “Se o paciente está desconfiado de que seus ouvidos não estão funcionando bem, é preciso se atentar aos sintomas abaixo:
Sensação de perda auditiva: Esse sintoma pode ser percebido quando você pede às pessoas que repitam o que foi dito, pois tem a sensação de que as palavras foram murmuradas, e não faladas de forma clara, deixar de ouvir o telefone ou a campainha tocar quando você não está concentrado em tarefas específicas ou está em um ambiente relativamente silencioso também é um sinal preocupante.
Perda de equilíbrio e/ou vertigem: A vertigem se caracteriza principalmente pela sensação da pessoa ou do ambiente estar girando. Isso faz com que a pessoa perca o equilíbrio, principalmente ao executar movimentos rápidos com a cabeça. Esses são dois dos sintomas da labirintite (inflamação do labirinto), um quadro que se caracteriza também por provocar perda auditiva;
Zumbidos e ruídos: O zumbido pode ou não indicar quando usar aparelhos auditivos. Quando não há perda da audição, o uso pode ser temporário (tratamento com estimulação sonora). Depois desse tempo, o zumbido costuma desaparecer ou ficar praticamente imperceptível e não causar mais incômodos.