MIGRAÇÃO

Pesquisa aponta que 17,9% indígenas refugiados estão desempregados, segundo pesquisa da Acnur

Sem conseguir emprego, cerca de 22,2% dos migrantes trabalha com artesanato

Pesquisa aponta que 17,9% indígenas refugiados estão desempregados, segundo pesquisa da Acnur

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) divulgou os resultados de uma pesquisa abrangente que analisou o perfil socioeconômico das pessoas indígenas refugiadas e migrantes da Venezuela nas cidades de Manaus (AM) e Boa Vista (RR). A pesquisa revela dados cruciais sobre demografia, deslocamento, atividades prévias, educação, linguística, emprego e renda, destacando os desafios enfrentados por essa comunidade em sua busca por estabilidade e prosperidade no Brasil.
Perfil Demográfico: Etnia Warao predominante
A maioria esmagadora, correspondente a 83,1%, pertence à etnia Warao, seguida por E’ñepa, Pemon-Tuarepang, Akawaio e Wayúu, evidenciando a diversidade cultural desse grupo.
Surpreendentemente, 84,4% nasceram em áreas rurais, indicando um processo de deslocamento para áreas urbanas antes de chegar ao Brasil. Muitos já exerciam atividades de geração de renda na Venezuela, como agricultura (53,3%), artesanato (28,7%), e pesca (37,1%).

Dos entrevistados, 72,5% possuem educação em diversos níveis, com habilidades variadas, desde agricultores até técnicos em turismo. A busca por emprego atinge 25,8%, revelando barreiras socioeconômicas evidentes.
Linguística: desafios na proficiência em português
Embora 86,8% falem bem suas línguas indígenas, apenas 38,4% têm proficiência regular a boa em português, indicando um desafio significativo na integração linguística.
Desemprego
A situação ocupacional é precária, com apenas 6,3% empregados regularmente e 2,6% com emprego formal. Alarmantemente, 17,9% estão desempregados, enquanto 22,2% trabalham com artesanato.
A pesquisa destaca fatores críticos que impactam a geração de renda. Participantes de cursos de qualificação e proficiência em português experimentaram um aumento médio de 42% na renda familiar. O recebimento de auxílio social do governo elevou a renda em 45%, enquanto viver em Manaus foi associado a uma renda 34% superior. Ter pelo menos um membro da família trabalhando aumentou 2,3 vezes a renda familiar.