Cotidiano

RR tem 312 casos notificados

Sesau investiga mais um óbito em decorrência do sarampo em Roraima, mas ainda não foi confirmada a relação da doença com a morte

Subiu para 312 o número de casos notificados por sarampo em Roraima, um aumento de 11% em comparação à semana passada, quando eram 279 casos notificados. A informação foi repassada em coletiva de imprensa no gabinete da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), na segunda-feira, 23.

De acordo com a coordenadora estadual de Vigilância em Saúde, Daniela Souza, dos 312 casos notificados de sarampo, 80 estão confirmados, 216 ainda em investigação e 16 descartados. Dos casos confirmados, são 55 venezuelanos, 24 brasileiros e um guianense. As vítimas têm faixa etária entre três meses e 35 anos de idade, sendo a maioria do sexo masculino.

A Sesau informou ainda que investiga em laboratório a possibilidade de um novo óbito decorrente da doença, porém, não divulgou dados da vítima. Até o momento, foram duas mortes confirmadas por sarampo. Sobre o número de municípios com a doença, a frequência permanece a mesma da semana passada. Os municípios com casos confirmados são: Boa Vista, Pacaraima, Uiramutã e o Cantá.

VACINAÇÃO – A coordenadora informou que Roraima alcançou 144.80 mil pessoas vacinadas, de um público-alvo de 409 mil pessoas, ou seja, um total de 35% do planejamento da Sesau. O Estado conseguiu vacinar efetivamente 90.423 mil pessoas. Desses, 16.523 mil eram venezuelanos e 390 de outras nacionalidades.

Por conta da necessidade em trabalhar o restante do planejamento, a campanha de vacinação contra o sarampo foi ampliada. “A intensificação permanece. A Capital vai trabalhar dentro das escolas estaduais, hotéis e outras classes”, informou.

Daniela explicou ainda que, por uma questão burocrática, os veículos disponibilizados aos municípios para alcançar localidades de difícil acesso só chegaram na sexta-feira, 20. Por isso, a permanência das viaturas foi ampliada por mais dez dias. “Então, todas as localidades devem trabalhar também dentro das suas vicinais e locais de difícil acesso. A gente continua com o que a gente chama de microprogramação, indo em busca das pessoas”, informou.

BARREIRA SANITÁRIA – Daniela ressaltou que o Governo do Estado vem trabalhando no combate ao sarampo, inclusive, solicitando uma barreira sanitária na fronteira dos órgãos federais. A coordenadora afirmou que o Estado tem ciência dos vários acordos internacionais assinados pelo Brasil, mas que ainda assim o governo espera uma medida de controle sanitário mais efetivo.

“Agora é sarampo, mas a gente sabe que a Venezuela tem surto de outras doenças e infelizmente nós temos risco também. O Governo do Estado está trabalhando pesado para implantar a barreira e ter um controle efetivo no surto”, salientou.

Sobre a doença, a coordenadora ressaltou que a forma mais eficaz de combate continua sendo a vacinação. “A gente pede para que as pessoas procurem a vacina. Tanto criança quanto adulto podem se contaminar e a única forma de se protegerem é através da imunização”, disse.

Escolas e hotéis receberão campanha

A Prefeitura de Boa Vista iniciou ontem, 23, programação de vacina nas escolas municipais, estaduais e privadas, além de hotéis da cidade. Nas escolas, a vacinação acontecerá de 23 de abril a 2 de maio. Em creches, Casas Mãe e Proinfância, as equipes visitarão as unidades entre os dias 2 e 10 de maio.

Até o momento 59.763 pessoas entre brasileiros e estrangeiros foram vacinadas em Boa Vista. Na capital, a vacina está disponível nas unidades básicas de saúde durante o horário comercial e no período noturno em quatro unidades: Aygara Mota (Cidade Satélite), Mariano de Andrade (Caranã), Olenka Macellaro (Caimbé) e Délio Tupinambá (Nova Cidade).

Sesau inicia campanha de vacinação contra influenza

Assim como no restante do país, a campanha contra a influenza (H1N1) foi iniciada. A coordenadora de Vigilância em Saúde, Daniela Souza, explicou que Roraima recebeu 99 mil doses contra o vírus e que vai trabalhar a campanha junto com a mobilização contra o sarampo, pois o público-alvo das duas doenças é bem semelhante, excluindo as grávidas. “Na influenza, a grávida pode se vacinar e no sarampo não. Por isso, vamos aproveitar e trabalhar junto, no combate à influenza e continuar na orientação contra o sarampo”, informou.

Daniela afirmou que a H1N1 é uma realidade em vários estados da federação, mas, assim como o sarampo, é possível se proteger. “São duas doenças graves, que levam a óbito, mas são duas doenças que têm vacina e uma alta potência de proteção. Protege mais de 95% da população que a gente consegue atingir e, todas as nossas unidades de saúde têm a vacina do sarampo e da influenza”. (P.C)