Nos preparativos para as festividades natalinas, é comum encontrar nas prateleiras dos supermercados uma opção que, por décadas, intrigou os consumidores: o Chester. Com 70% de peito e coxas, quase o dobro de um frango comum, a ave foi desenvolvida geneticamente para competir diretamente com a venda de peru, oferecendo uma alternativa ao alimento tradicional das ceias sem perder a fartura.
Especulações
Ao longo dos anos, especulações e lendas surgiram em torno da aparência peculiar dessa ave. Algumas teorias sugeriam que o Chester não tinha cabeça, enquanto outras afirmavam que ele comia tanto a ponto de ficar imóvel. No entanto, a verdade sobre a origem dessa espécie remonta à década de 80, quando frangos de uma linhagem escocesa foram trazidos para o Brasil.
Algumas curiosidades tornam o Chester uma escolha intrigante para as celebrações natalinas. Além de ser maior que o frango convencional, a ave não recebe hormônios, conforme proibição da legislação brasileira. Sua carne é reconhecida por sua maciez, sabor suave em comparação com outras aves natalinas, e uma concentração notável de 70% de carne nas partes nobres, peito e coxas.
Produção
Apesar da Perdigão, detentora da marca Chester, manter sigilo sobre os detalhes da produção, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) revela que apenas os machos sem defeitos, como contusões e fraturas, são comercializados como Chester. As fêmeas, por sua vez, não alcançam o mesmo tamanho que os machos e são abatidas na mesma idade que os frangos convencionais, vendidas em cortes embalados em bandejas.
A produção do Chester, curiosamente, inicia-se em março, apesar de só ser disponibilizado para venda durante o período natalino. Os machos que não atendem aos rigorosos padrões de qualidade são destinados à produção de produtos derivados, como peito, embutidos e processados de Chester, garantindo um aproveitamento eficiente dessa linhagem de frangos escoceses que encontrou no Brasil seu lar exclusivo.