O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial é lembrado em todo o país nessa quinta-feira (26). A data tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os cuidados básicos para prevenir a hipertensão arterial, um mal que atinge aproximadamente 25% da população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde.
O médico endocrinologista e metabologista Cesar Penna explica que um dos principais motivos dessa epidemia é que a população ainda não dá a devida importância à hipertensão arterial. Entre os principais sintomas da hipertensão são, dor de cabeça, dor na nuca, tonturas, enjoos e falta de ar.
“Se a doença não for controlada, pode danificar órgãos vitais. É raro encontrar um hipertenso puro, que não possua outros problemas de saúde como colesterol elevado, sobrepeso ou diabetes. Somando esses fatores, o risco de o indivíduo vir a ter, no futuro, um AVC ou insuficiência renal torna-se muito maior”, disse.
Segundo o médico, a maioria das pessoas associa pressão alta a derrame, que é uma lesão macrovascular. Entretanto, existem outras complicações que envolvem esses órgãos, que surgem mais precocemente e são extremamente prejudicais, só que muitos não se dão conta disso.
“O indivíduo que tem uma pressão alta mal controlada pode começar a desenvolver quadros de demência, já que hipertensão lesa as artérias do cérebro, dificultando a irrigação de sangue na região. Com isso, a capacidade cognitiva pode ser afetada. Pessoas mais jovens podem ter um quadro demencial semelhante a de um indivíduo idoso. No coração, além do infarto, pode haver o desenvolvimento de insuficiência cardíaca e aparecimento de fibrilação atrial”, relata o médico.
Por ser uma doença assintomática, a HAS é tratada pela grande maioria das pessoas – inclusive pelos próprios hipertensos – como um problema sem muita importância. “Muitos começam o tratamento e depois, acreditando que a doença tenha sido curada, param de tomar o medicamento, já que não sentem nenhum sintoma. E é aí que mora o perigo”, relata o médico.
Para Penna, o maior problema da hipertensão é que ela é uma doença silenciosa. “Existe um conceito no imaginário popular de que só devemos tratar doenças que causem sintomas. Por exemplo, a pessoa toma um anti-inflamatório para aliviar uma dor e ela passa. Uma vez resolvida a sintomatologia, pressupõe-se que a doença tenha sido curada. Então, o que falta na verdade é o entendimento de que a hipertensão é uma doença crônica, que deve ser tratada pelo resto da vida. Não se pode abandonar o tratamento por conta própria”, relata.
Origem da data
A data foi instituída através da Lei Federal 10.439, em 2002, com o objetivo de conscientizar a população em relação ao diagnóstico de prevenção e sobre o tratamento da hipertensão.
Além disso, na Lei é também sancionado que o Ministério da Saúde, uma semana antes do dia fixado como Dia de Prevenção e Combate à Hipertensão, está autorizado a criar campanhas educativas sobre a questão, bem como das doenças cardiovasculares no geral, para todo o território nacional.