Não é mais possível assistirmos estarrecidos a assassinatos de mulheres vítimas do Feminicídio, por homens desprovidos do mais nobre dos sentimentos que é o amor. Eles abrem a janela do desprezo e atacam impiedosamente suas mulheres podendo levá-la a morte ou deixando um leque de sequelas irreparáveis – cicatrizes nuas e invisíveis que nem o tempo apagará. Homens que amam não batem em mulheres. Homens que amam não matam mulheres. Homens amam as mulheres. Homens que amam respeitam as mulheres, mesmo em situações de conflitos entre os casais, luzes surgem no horizonte em nome da vida. Quem ama não mata!
Discorrer sobre o feminicídio é mergulhar num mundo onde as mulheres são constantemente diminuídas e deslegitimadas por homens arraigados em culturas do machismo, ou seja, é atingir as mulheres com algum tipo de violência em sociedades marcadas pela desigualdade de poder entre os gêneros masculino e feminino e por questões culturais, econômicas, políticas e sociais discriminatórias. A mulher exerce papel de grande relevância na sociedade em todos os setores geradores da prosperidade, igualmente ao homem. É preciso desconstruir o que se vislumbrava no passado, da mulher submissa ao homem. É preciso implementar políticas públicas e ensinar desde a primeira infância nas escolas que a mulher nunca foi e nunca será inferior ao homem. Pode demorar um pouco, mas nunca será tarde para sonharmos com um futuro onde o homem e mulher caminhem sem atropelos de gêneros e sim, imbuídos de muito amor um pelo outro construindo sonhos e suas proles que darão continuidade à caminhada da humanidade!
Com a criação da Lei do Feminicídio foi jogado luzes na perspectiva de tirar as raízes discriminatórias da invisibilidade e coibir a impunidade da violência contra as mulheres. Segundo o Código Penal brasileiro o Feminicídio é “O assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino” isto é, quando o crime envolve: “Violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. O feminicídio é classificado como crime hediondo, tal qual o estrupo e o genocídio. Outra lei muito importante em defesa das mulheres é a Lei Maria da Penha. O texto da Lei em seu artigo 2º afirma: “Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social”. Estão previstos cinco tipos de violência contra a mulher na Lei Maria da Penha: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial.
A mulher precisa estabelecer uma linha de raciocínio: nenhuma mulher precisa passar por qualquer tipo de constrangimentos junto a um homem que a escraviza e fere o seu corpo e a sua alma. Ou seja, ao notar logo no início do relacionamento ou mesmo depois algo de anormal ou abusivo o rompimento é o caminho, indiscutivelmente. A violência contra as mulheres começa sempre nas palavras de menosprezo, no empurrão constrangedor ou na agressão física indefensável. Assim o feminicídio toma corpo contra as mulheres destruindo a sua alto-estima, anulando sonhos e nos casos mais graves culmina em assassinatos impiedosos. As mentes nocivas dificilmente mudam suas trajetórias, infelizmente.
Os relacionamentos afetivos entre homens e mulheres é uma das grandes razões da existência humana, inclusive concretiza-se a continuidade da espécie humana. Tudo, evidentemente baseado numa ótica de respeito mútuo e fundamentado no amor. O amor que é a baliza e nos leva as grandes realizações em todas as áreas do conhecimento e da vida pessoal – e amar uma mulher e compartilhar uma vida com ela é a plenitude. O homem e a mulher como casal, devem ser a sinfonia um do outro, mesmo que em alguns momentos os sons destoem de seus ritmos como em qualquer concerto, mas a música continuará inabalável!
Luz!
Brasilmar do Nascimento Araújo * Jornalista e Poeta