POR ESSEQUIBO

Prefeitos da região de fronteira apontam tranquilidade diante da tensão Venezuela x Guiana

Joner Chagas, de Bonfim, e Weston Raposo, de Normandia, comentaram sobre a possibilidade de conflito

Placa após a ponte da fronteira entre Brasil e Guiana expressa: "Essequibo pertence à Guiana" (Foto: Divulgação)
Placa após a ponte da fronteira entre Brasil e Guiana expressa: "Essequibo pertence à Guiana" (Foto: Divulgação)

Toda a região de Essequibo, localizada na Guiana, faz fronteira com Roraima, especificamente com os municípios de Uiramutã, Normandia, Bonfim, Caracaraí e Caroebe. São cerca de 700 km, do Parque Nacional Monte Roraima até a fronteira nacional com o estado do Pará, onde moram aproximadamente 73 mil habitantes e quase metade de indígenas.

A área urbana mais próxima da região fica em Bonfim, que é o principal cruzamento por terra entre Brasil e Guiana. Em seguida ficam os municípios de Normandia e Uiramutã.

Prefeito de Bonfim Joner Chagas. (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

No último sábado, dia 09 de dezembro, o prefeito de Bonfim, Joner Chagas, explicou nas redes sociais como estava a situação na fronteira com Lethem, cidade guianense. Conforme a publicação dele, está tudo tranquilo no município, mesmo com “uma preocupação com toda a questão, a vida está seguindo normalmente”.

“Não tem movimento diferente. […] A fronteira está aberta, os comércios estão funcionando e o trânsito segue fluindo. […] Não queremos conflito. Torço para que essa situação se resolva de forma pacífica, o mais rápido possível”,

disse Chagas em vídeo que mostra e relata a tranquilidade entre os países e as cidades.

+ Entenda como é a fronteira do Brasil com a região da Guiana reivindicada pela Venezuela

Normandia

Em conversa com o prefeito de Normandia, Weston Raposo, descreveu que a situação é preocupante e de apreensão, mas não ameaça a população e o município. Além disso, o político informou que indígenas roraimenses e guianenses continuam em contato. Aproximadamente, 87% da população é indígena.

“A gente não está sentindo nenhum reflexo dentro de Normandia com relação à essa tensão. Como do lado do Brasil [Roraima], boa parte é terra indígena e do lado de lá [Guiana] também, há boa integração entre os povos dos dois países. Isso, com alguns cuidados porque sabem que, a qualquer momento, algo pode acontecer”, disse Raposo, que acredita na diplomacia da tríplice fronteira, Venezuela, Guiana e Brasil.

O prefeito de Normandia, Weston Raposo. (Foto: Instagram/@pref.drraposo)

A reportagem tentou contato com o prefeito de Uiramutã, Tuxaua Benísio, e sua assessoria para apurar a situação no município diante da possibilidade de conflito entre os países. No entanto, até a publicação da matéria não houve resposta.