O presidente guianense Irfaan Ali vai se reunir a partir das 10h desta quinta-feira (14) com o ditador venezuelano Nicolás Maduro e não pretende negociar a perda de 74% do território da Guiana para a Venezuela. O encontro será na ilha caribenha São Vicente e Granadinas, na América Central.
Um interlocutor de Ali confidenciou à Folha que o presidente de seu País defenderá, no encontro: a segurança e estabilidade regional; que Guiana e Venezuela são vizinhos e precisam trabalhar pela paz; que Maduro precisa respeitar a Corte Internacional de Justiça (CIJ), onde o litígio é tratado; e que a “Guiana não desistirá de nenhuma polegada de terra”.
O Brasil, que defende uma solução pacífica para a tensão vizinha, será observador do encontro e será representado pelo assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. Maduro e Ali se vão se reunir em encontro de líderes da Comunidade do Caribe (Caricom), em São Vicente e Granadinas.
O anúncio da reunião bilateral foi feito depois que Maduro conversou com Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, que também atua como presidente interino da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), e com o secretário-geral da ONU, António Guterres, no sábado (9).
O governo da Venezuela disse que o encontro “é para preservar a nossa aspiração de manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz”.