Prestes a completar três anos sem o reajuste salarial anual, sindicalistas planejam uma mobilização geral caso não sejam concedidos aqueles referentes aos anos de 2016, 2017 e 2018.
Mesmo sem previsão para a correção, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado (Sintraima), Francisco Filgueira, informou que os servidores têm expectativas positivas.
Na avaliação de Filgueira, ao mesmo tempo em que o governo anuncia contas no vermelho, as atitudes da gestão demonstram uma realidade contrária, tendo em vista a criação de novas secretarias, órgãos e cargos comissionados. “Agora eles gastaram cerca de R$70 milhões extras por conta dos imigrantes, então tem recurso. Era pra saúde estar melhor e o reajuste ter sido dado”, disse.
Caso o reajuste não seja concedido, a ideia do presidente é convocar os servidores para uma mobilização, uma manifestação. No Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinter), a ideia se repete e ainda é intensificada. De acordo com o diretor-geral em exercício, Jefferson Dantas, os servidores da educação estão desde 2009 com perdas reais que chegam a 30% em relação ao poder de compra.
Dantas considera a situação preocupante, uma vez que o trabalhador deixa de comprar e a economia não se movimenta. Por ser um dos maiores sindicatos, a previsão é realizar movimentos que resultem em reajustes reais. “O profissional já está insatisfeito pela desvalorização salarial e as péssimas condições de trabalho nas escolas, então só nos resta agir”, contou.
Ainda em 2016, o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Roraima (Sindprer) entrou com ação judicial contra o Executivo em razão da falta de reajuste aos servidores dos 15 municípios do Estado. Dois anos depois, e ainda sem a correção, o presidente Melquisedek Menezes informou que o poder de compra do trabalhador caiu 20%.
Para ele, o governo deve resgatar a dívida que tem com os trabalhadores de forma transparente, e não concedendo reajustes para umas e negando a outras categorias.
“O que a gente cobra é que se o Estado passa por problemas financeiros, isso afete todos os segmentos e não apenas alguns. É inadmissível o servidor ser penalizado por falta de gestão e transparência no dinheiro que é disponibilizado”, declarou. (A.G.G)