A Justiça de Roraima decidiu nesta sexta-feira (15) converter a prisão temporária do ex-senador Telmário Mota em preventiva. Preso na Cadeia Pública de Boa Vista, ele é acusado de mandar matar a mãe da filha que o acusou de estupro às vésperas das eleições de 2022. Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, foi morta três dias antes de depor nessa mesma investigação. O político nega envolvimento com os dois crimes.
A nova ordem judicial, que não estipula a quantidade de dias de detenção, considerou que a liberdade dos acusados poderia dificultar as investigações, devido à influência política de Telmário Mota, que chegou a manifestar publicamente que sabia das medidas tomadas contra ele e da natureza hedionda do crime de estupro supostamente praticado contra a própria filha.
O mandado anterior, expedido em 8 de novembro, previa detenção de 30 dias. Além de manter medidas cautelares que incluem tornozeleira eletrônica para Cleidiane Gomes da Costa, amiga de Telmário que teria ajudado a monitorar a vítima, a nova decisão judicial também mantém presos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc):
- Harrison Nei Correa Mota, o Ney Mentira, sobrinho do ex-senador suspeito de planejar o crime;
- Leandro Luz da Conceição, acusado de efetuar o disparo que matou Antônia.
Nessa quinta-feira (14), Telmário Mota deixou a Cadeia Pública para prestar depoimento de quase três horas à Polícia Civil, na sede do Draco (Distrito de Repressão às Ações Criminosas Organizadas). Após negar as acusações, ele voltou à unidade prisional.