O Fluminense superou o clima hostil do estádio King Abdullah, em Jeddah, onde a torcida adversária era maioria, e manteve vivo o sonho de conquistar o Mundial de Clubes ao vencer o Al-Ahly, do Egito, por 2 a 0, nesta segunda-feira (18). Diante de um público de quase 35 mil pessoas, entre elas tricolores que enfrentaram os valores altíssimos de viagem e ingresso, o time comandado por Fernando Diniz se colocou na decisão graças a um pênalti convertido por Jhon Arias e a um chute preciso de John Kennedy, o herói da Libertadores, aos 45 do segundo tempo.
A expectativa é a de decidir o título de campeão do mundo com o Manchester City de Pep Guardiola, que joga às 15h (de Brasília) de terça (19) contra o Urawa Reds, do Japão, também no King Abdullah, para definir o outro classificado para a grande decisão, marcada para as 15h de sexta-feira (22). O time inglês está disputando o torneio pela primeira vez na história, depois de vencer sua primeira Liga dos Campeões, assim como ocorreu com o Fluminense e a Libertadores deste ano. O Urawa está em sua terceira participação, mas nunca chegou à final.
No jogo desta segunda, o time carioca enfrentou o segundo time que mais disputou Mundiais na história. Conhecido como “Real Madrid da África”, o Al-Ahly também nunca foi finalista, mas estava em sua nona edição do campeonato. Além disso, chegou ao duelo em alta após bater um Al-Ittihad financiado pelo governo da Arábia Saudita e com nomes como Benzema e Kanté em seu elenco.
O Fluminense começou o jogo em desacordo com uma de suas principais características e deixou a bola no pé dos adversários Mesmo assim, enquanto a partida ainda apresentava tal configuração, conseguiu colocar uma bola na trave com Jhon Arias, após cruzamento de Keno. Passados os primeiros 15 minutos de jogo, o time de Diniz começou a controlar a posse, o que não significa que estava controlando o jogo.
Quando tomava a bola, o Al-Ahly mostrava muita competência para construir em velocidade, especialmente nas investidas pela direita realizadas por El Sahat, eventualmente equivocado na hora de tomar decisões, para a sorte da equipe brasileira. Houve um momento de pressão, perto dos 20 minutos transcorridos, em que os egípcios invadiram a área com perigo, primeiro parando em um carrinho preciso de Felipe Melo e depois falhando em finalizar uma bola viva que passou por três jogadores de ataque na área.
Ao colocar em prática sua paciente troca de passes, o Fluminense provocava vaias nas arquibancadas, ocupadas majoritariamente por apoiadores do time do Egito. Embora tenha conseguido criar mais lances de perigo, como uma nova bola na trave após finalização de Arias, não chegou a ter longos períodos de domínio e passou sufoco na defesa. Não fosse uma excelente defesa à queima-roupa de Fábio, para interceptar cabeceio Kahraba, iria ao intervalo em desvantagem.
O início do segundo tempo mostrou um Fluminense mais confortável Com Ganso mais participativo, o time carioca encaixou seu jogo mais cadenciado, envolvendo o Al-Ahly com a constante movimentação dos jogadores. Dessa forma, levou algum perigo com conclusões de Arias, Cano e Marcelo, mas viu o adversário ser mais perigoso ainda em um contra-ataque, encerrado com mais uma boa defesa de Fábio, dessa vez para parar El Shahat.
Apesar disso, os tricolores continuaram melhores e contaram com a soma da experiência de Marcelo à frieza de Jhon Arias para abrir o placar. Aos 21 minutos, o lateral-esquerdo entrou na área pelo canto, jogou a bola entre as pernas do marcador e foi derrubado. O árbitro marcou pênalti e o meia colombiano bateu com muita qualidade e precisão, sem chances para o goleiro El Shenawy.
O Fluminense levou alguns sustos e teve chance de ampliar com Cano, mas o gol decisivo coube mais uma vez a John Kennedy, autor do gol do título da Libertadores contra o Boca Juniors. Aos 44 minutos, ele recebeu a bola de Martinelli, de frente para o gol, e bateu colocado no canto direito do goleiro para classificar o Fluminense para a final.
*Por Estadão Conteúdo