Uma semana após o início da Operação Curaretinga XI e a intensificação da Operação Controle, o Exército Brasileiro, por meio da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1ª BdaInfSl), apresentou o balanço final das ações que tiveram o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e das Polícias Militar e Civil.
Pela Operação Curaretinga XI, que tem como missão a redução de ilícitos transfronteiriços e ambientais e o combate ao garimpo ilegal, foi realizado o patrulhamento fluvial dos Rios Uraricoera e Mucajaí, destruição de áreas de garimpo, interdições de pistas de pouso ilegais e a apreensão e destruição de materiais utilizados em atividades de garimpo.
Entre as apreensões, calculadas em quase R$600 mil, estão 13 embarcações, mais de sete mil litros de combustível, 12 gramas de ouro, 20 balsas e 20 cartuchos calibre 20, além de geradores, motores de popa, compressores, bebidas alcoólicas, televisores, botijas de gás e freezers. Conforme o balanço, três pistas improvisadas foram interditadas, sendo elas Espadim, Mucuim e Fernando.
A Curaretinga XI foi considerada a terceira fase das ações realizadas este ano pela Brigada no que diz respeito ao combate ao garimpo ilegal. A primeira fase, que ocorreu de 21 a 27 de fevereiro, teve ações pontuais no garimpo do Mutum. A segunda, deflagrada no dia 1º de março, contou com ações na região da Fazenda Pacu e Furo do Arame, a fim de acabar com a logística do garimpo.
De acordo com o comandante da Brigada, general Gustavo Dutra, todo o material destruído na área de operações é catalogado, fotografado e tem suas devidas coordenadas geográficas anotadas para ser entregue ao Ibama e à Fundação Nacional do Índio (Funai). Em contrapartida, o material que vem para a capital é entregue à Receita Federal, Ibama e, de imediato, é solicitado o perdimento para que o Exército não tenha mais acesso.
Por outro lado, a Operação Controle, responsável por combater crimes transfronteiriços e apoiar de forma secundária o controle migratório, foi intensificada no último dia 23 de abril por meio do aumento de tropas nas regiões de Pacaraima, Bonfim e Normandia, aumento da vigilância da faixa de fronteira do Estado e pela manutenção e estabelecimento de postos de bloqueio nas rodovias e estradas.
Com um efetivo de quase 400 militares e 36 viaturas desde o dia 14 de fevereiro, o Exército atuou na revista de pessoas, bagagens e veículos, vigilância da linha de fronteira, patrulhamento das “cabriteiras” e no controle de cidadãos e veículos estrangeiros. Conforme o balanço, foram revistados mais de 70 mil veículos e apreendidos mais de cinco quilos de maconha, 24 mil itens de descaminho, 16 litros de combustível e uma arma calibre 38.
Para o general Dutra, os resultados estão cada vez melhores. “Obviamente que, ao mesmo tempo em que aprendemos técnicas operacionais e desenvolvemos procedimentos, o garimpeiro também aprende. Está aumentado o número de áreas de garimpo, algo que chamou nossa atenção, mas continuamos com novas operações. Em breve voltaremos”, informou.
Em razão das quatro operações simultâneas que estão em aberto, sendo elas Curaretinga, Controle, Acolhida e Escudo, o comandante explicou que a logística do Exército tem exigido flexibilidade e adaptabilidade, uma vez que não se pode esquecer-se dos militares que estão nas fronteiras. “Todos os meios logísticos estão praticamente empregados na faixa de fronteira. Para nós têm sido um desafio, mas permanecemos firmes”, concluiu. (A.G.G)