Os conselhos municipais da Cidade e de Transportes Coletivos Urbanos de Boa Vista aprovaram, por unanimidade, o reajuste das tarifas de ônibus e de táxi-lotação para 2024. A recomendação segue para o prefeito Arthur Henrique (MDB).
A tarifa passará de R$ 5 para R$ 5,50 ao usuário de ônibus, e de R$ 6 para R$ 6,50 aos passageiros de táxi-lotação. Procurada, a Prefeitura ainda não explicou se o chefe do Poder Executivo vai confirmar a decisão dos conselheiros e publicar o decreto com os novos valores.
Os novos preços foram solicitados pela empresa Cidade Boa Vista, que desde 2009 detém a concessão do transporte público, e pela CTL (Cooperativa de Transporte de Passageiros de Táxi Lotação). Ambos citaram o aumento dos custos operacionais da frota, a queda do poder de compra, o tamanho das rotas acima da média nacional, a expansão urbana da cidade e a necessidade de melhorar os serviços.
“Nós temos que pensar na renovação da frota do transporte público como também de táxis-lotação e convencionais, para manter a segurança, o conforto e a qualidade de serviço e também a subsistência dos próprios”, resumiu o relator da proposta, o conselheiro da Cidade, Ricardo Mattos.
Com base no cenário nacional do setor, especialmente o do transporte público, Mattos avalia que o reajuste é necessário para que o serviço não chegue a um colapso. “Tanto faz se tem ônibus cheio ou vazio, a despesa é a mesma”, explicou.
Atualmente, Boa Vista possui uma frota de 76 ônibus, com idade média de 8,5 anos, que transporta em torno de 45 mil passageiros por mês em 19 linhas. Os cerca de 400 táxis-lotação percorrem as mesmas rotas do transporte público.
O Sindicato dos Taxistas de Roraima (Sintáxi-RR), por sua vez, opinou por manter o atual valor do táxi convencional, especialmente por causa da concorrência com os motoristas de aplicativo e os mototaxistas. A cidade tem aproximadamente 300 táxis em circulação.
Tarifa ideal de R$ 8,82
Um estudo técnico da concessionária Cidade de Boa Vista concluiu que a tarifa ideal para manter o transporte público eficiente seria de R$ 8,82. Mas a Emhur (Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional) entende que esse valor não pode ser repassado ao usuário, especialmente o de baixa renda, e sugeriu que o Município identifique outras formas de financiamento da operação.
Ricardo Mattos defende que Boa Vista crie um subsídio para complementar os custos da concessionária, a exemplo de 117 cidades brasileiras. Atualmente, a empresa arca sozinha com os custos dos ônibus coletivos. Cada veículo custa, mensalmente, R$ 38,9 mil.
A Cidade de Boa Vista chegou a sugerir, com base em um estudo técnico, que, pela atual tarifa cobrada, a Prefeitura precisaria desembolsar mensalmente R$ 1,4 milhão para complementar os custos do transporte. O valor é resultante das despesas mensais de R$ 3,4 milhões e das receitas de R$ 2 milhões, arrecadadas com os bilhetes.