Mais 225 venezuelanos participantes da segunda fase do processo de interiorização do Governo Federal serão transferidos de Roraima nesta sexta-feira, 4. De acordo com a Casa Civil da Presidência da República, os estrangeiros serão encaminhados para as cidades de Manaus e São Paulo.
O deslocamento dos venezuelanos ocorre hoje pela manhã, por volta das 8h. Segundo a Casa Civil, 165 pessoas serão levadas para Manaus e mais 60 para São Paulo em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) saindo do Aeroporto Internacional de Boa Vista. O processo de saída dos estrangeiros será coordenado pela Força-Tarefa de Logística Humanitária do Exército Brasileiro e pelas entidades ligadas à Organização das Nações Unidades (ONU).
De acordo com Luiz Fernando Godinho, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a atuação das entidades é distinta conforme as necessidades. “Em Boa Vista, a Acnur faz o trabalho de levantamento das pessoas que querem interiorizar. Temos que ressaltar que é um processo voluntário”, informou.
Segundo Godinho, o levantamento é feito a partir de um registro contínuo nos abrigos, em que são identificadas as pessoas que têm interesse em sair de Roraima e estão dispostas a participar do processo. A partir deste momento, é promovida uma nova etapa de preparação para a viagem.
“Vai desde encontros informativos sobre a cidade para onde estão indo, como são os abrigos, até a discussão das questões específicas para as mulheres nessa localidade, de violência de gênero. Tudo isso com uma participação de outras agências da ONU, como a Organização Internacional de Migrações (OIM) ou o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA)”, afirmou Godinho.
O representante da Acnur explicou ainda que a OIM também é responsável efetivamente pela viagem, de checagem de documentação, vacinação, aplicação de questionários finais e assinatura do termo de voluntariedade. “Também ajudamos no contato com outras prefeituras que podem estar interessadas em receber essas pessoas. Sempre na perspectiva de auxílio e apoio”, frisou.
IMPORTÂNCIA – Para a Acnur, o processo de interiorização é de grande importância por promover a integração das pessoas em outros lugares do país, também, por conta do impacto que o fluxo venezuelano causou a Roraima. “A gente entende que o Estado não tem capacidade de absorção tão grande quanto outras unidades da federação. Reconhecendo os esforços que são feitos aqui, a gente apoia essa estratégia”, pontuou Godinho.
O Governo Federal completou em nota que a iniciativa busca ajudar venezuelanos a procurar novas oportunidades em outras localidades do Brasil. “Todos os imigrantes que aceitam participar da interiorização passam por exame de saúde, são imunizados, abrigados na cidade de destino e acompanhados nos abrigos”, completou.
INTERIORIZAÇÃO – A primeira fase do processo de interiorização de venezuelanos foi realizada nos dias 5 e 6 de abril, quando 265 venezuelanos foram levados para São Paulo e Cuiabá. O governo paulistano recebeu 199 refugiados e a prefeitura cuiabana recebeu 66. Dessa vez, cerca de 230 devem ser levados para Manaus e São Paulo em um Boeing 767 da Força Aérea Brasileira (FAB).
ABRIGOS – Com relação à criação de novos abrigos públicos, a Força Tarefa Humanitária do Exército Brasileiro informou que os quatro novos locais previstos já estão em fase de montagem. Deste número, três serão fixados na capital e um na cidade de Pacaraima, na região Norte do Estado. Sobre a capacidade, estima-se que os locais terão capacidade de abrigar até 500 pessoas cada um, tendo como prioridade os imigrantes acampados na Praça Simón Bolívar. (P.C.)