O casal suspeito de matar e enterrar em cova rasa a artista ciclista Julieta Ines Hernandez Martinez teriam sido motivados pela vontade de roubar o celular da vítima na cidade amazonense de Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros da capital Manaus. Presos nessa sexta-feira (5), Thiago Agles da Silva, de 32 anos, e Deliomara dos Anjos Santos, 29 anos, devem responder por homicídio e ocultação de cadáver, informou o delegado do caso, Valdnei Silva, à imprensa do Amazonas.
O site amazonense Portal do Urubuí revelou que, em depoimento, a suspeita relatou que o marido, sob efeito de álcool e drogas, acordou a vítima ameaçando-a com uma faca, exigindo seu celular. Arrastada para dentro da residência onde o casal morava como caseiro, Julieta foi agredida antes de ser forçada a entregar o aparelho. O acusado decidiu estuprá-la na frente da esposa.
Ela, por sua vez, ficou enfurecida com a cena, jogou álcool sobre eles e ateou fogo. O suspeito chegou a conseguir escapar das chamas e buscar atendimento médico. Enquanto isso, a esposa enforcou Julieta com uma corda até a morte. Conforme o site, o corpo da cicloturista foi enterrado em uma cova rasa no quintal da casa, coberto por lona, tapete e folhagens.
A Polícia Civil do Amazonas começou a investigar o caso após familiares e amigos relataram que não tinham contato com Julieta desde 22 de dezembro.
O delegado Valdnei Silva disse que no final da tarde dessa sexta, o trabalhador de uma obra próxima de onde ocorreu o crime teria reconhecido peças da bicicleta da vítima. A Guarda Civil Municipal (GCM) contatou a Polícia Civil, que constatou a informação e prendeu os suspeitos dentro de uma casa próxima do local e vão passar por audiência de custódia em Presidente Figueiredo. Valdnei informou que eles assumiram a autoria do crime.
O celular da vítima e a barraca foram encontrados no forro da residência, enquanto os outros pertences teriam sido jogados pelo casal nas águas da corredeira do Urubui, em Presidente Figueiredo. O Instituto de Medicina Legal (IML) esteve no local.
Julieta Hernández estava a caminho de Rorainópolis, em Roraima, pela rodovia federal BR-174, e pretendia chegar à Venezuela, seu País. A amiga dela chegou a contar à Folha que a artista era experiente em viajar de bicicleta e nos últimos anos estava percorrendo o Brasil. Ela iniciou o trajeto do Rio de Janeiro e parava em lugares com internet e sinal de telefone para informar as condições em que se encontrava.