O tema do autismo veio à tona nesta edição do Big Brother Brasil 24, destacando um problema enfrentado por muitas famílias brasileiras. Fernanda Bande, uma das participantes compartilhou a situação enfrentada por seu filho autista, Marcelo, de 11 anos, que é vítima frequente de bullying na escola.
“Ele fala ‘não sei’ para muita coisa, ele fala ‘não sei’, até ficar nervoso. Aí as crianças perguntam um milhão de coisas e ficam rindo do ‘não sei’. Ficam rindo, eles falaram isso na minha cara”, relatou Fernanda Bande, evidenciando a dor enfrentada por seu filho.
O Doutor em Educação, Lucelmo Lacerda, fala sobre questões cruciais sobre a política de inclusão total adotada nas escolas brasileiras. Ele destaca a problemática de educar crianças e adolescentes com necessidades especiais exclusivamente em salas de aulas regulares, levantando preocupações sobre a eficácia dessa abordagem.
Em relação à alocação de crianças neurodivergentes ou com alguma deficiência no ensino regular, Lacerda aponta a precariedade das escolas brasileiras, especialmente as mantidas pelo Poder Público, como um desafio. Na prática, essa alocação favorece uma lacuna de aprendizagem, limitando os avanços daqueles que mais necessitam de atenção especial.
Lacerda destaca a dicotomia entre a Inclusão Total e a Educação Inclusiva no debate sobre educação especial. Enquanto a primeira defende o fim das salas especializadas em prol da integração social, a segunda busca a manutenção desses espaços e apoio contínuo, reconhecendo a importância da educação adaptada às necessidades individuais de cada aluno.
A Política Nacional de Educação Especial (PNEE) do MEC endossa a Inclusão Total, que, segundo Lacerd, acarreta sérios prejuízos para pessoas com Transtornos Mentais, incluindo o Transtorno do Espectro Autista.
De acordo com ele, abordagem menos onerosa para os cofres públicos, no entanto, não atende às necessidades individuais dos alunos, especialmente em salas superlotadas e com professores sem formação especializada.
“Só defende este tipo de inclusão quem não está no dia a dia de uma escola e não convive com essa realidade, porque a educação nesse caso não depende só de boa vontade ou atitude dos educadores, não existe formação técnica para o ensino especializado”, argumenta Lacerda.