AFONSO RODRIGUES

Vamos crescer com ordem

“Perdoe, seja grande para os aborrecimentos, pobre para a raiva, forte para vencer o medo e feliz para permitir a presença de momentos felizes”. (Aristóteles Onassis)

Perdoar é uma virtude. E nem todos sabem nem conhecem a grandeza do perdão. Mas não vamos exagerar deixando que a desordem invada. Estamos vivendo um momento muito perigoso no desenvolvimento humano. Estamos exagerando no que consideramos crescimento e desenvolvimento. O que considero exagero, na divulgação exagerada na mídia, pode estar nos desviando. Acredito ser mais sensato dar um pouco mais de atenção a palavras simples que podem nos orientar. No caso do Bob Marley, por exemplo: “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”. Deveríamos ser mais atentos ao descontrole nas batalhas para o controle do respeito. Na verdade, você está se igualando quando se aborrece com o idiota que despreza você pela cor da sua pele. O cadinho está montado. A fundição já está atingindo limites preocupantes.

Quando estudamos as Relações Humanas, aprendemos que não devemos deixar de elogiar algo em alguém, como respeito. Mas o elogio já está sendo visto como um assédio. E não estou exagerando. Sempre elogiei algo em alguém, mesmo sendo desconhecido. Mas, há um detalhe que precisamos levar em conta: temos que nos educar para saber elogiar. O que funde a educação com o respeito. E as duas coisas estão se fundindo, mas no cadinho errado. Estamos jogando para o lixo, tanto a educação quanto o respeito.

Ontem pela manhã, observei um caso simples, mas que me fez observar o desvio da sociedade, do social. Eu ia para o supermercado quando uma garota bonita vinha pela calçada. Quando ela se aproximou, olhei para ela para lhe dar um bom dia. Quando ela percebeu que eu estava olhando para ela, fechou a cara, levantou a cabeça e olhou para o lado. Mesmo assim falei: bom dia! Ela não respondeu. A coisa está ficando preta. E mais escura porque não damos atenção a isso. Ainda estamos na educação de botequim, levados pelo falatório dos que deveriam estar mais centrados na Educação. Vamos pensar nisso?

Seu valor não está na cor da sua pele nem no formato do seu cabelo. Talvez você esteja criando um clima de desprezo, valorizando-se no que menos importa para valorizar. Afinal, “Somos todos iguais nas diferenças”. Uma frase simples e valiosa à qual não damos importância. Encantei-me quando a li na entrada do Museu, em Brasília, em 2008. Se somos iguais vamos nos valorizar independentemente da cor de nossa pele. Mesmo porque a discriminação só nos indica boboquice. Pense nisso.

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